Renault: guerra de preços dos carros elétricos "está só começando"
Montadora acredita em paridade de preços entre elétricos e modelos a combustão dentro de 5 anos
A Renault espera que dentro de cinco anos os carros elétricos da marca deixem de ser mais caros que os seus modelos equivalentes com motores a combustão, atingindo a tão esperada paridade de preços.
Quem disse isso foi o diretor de desenvolvimento da montadora francesa, Olivier Brosse, em uma entrevista ao Auto Motor und Sport no IAA Mobility:
"Esse é o objetivo, sim. A guerra de preços para a mobilidade elétrica está apenas começando – para o benefício dos clientes."
No entanto, o Brosse mostra preocupação com a alta de preços das matérias-primas:
"No entanto, essa previsãodeu um passo atrás. Isso se deve ao aumento de preços de algumas matérias-primas, principalmente o lítio"
Para lidar com o problema, o executivo destaca a criação da divisão Ampere, uma nova empresa do grupo que concentrará seus esforços no desenvolvimento da mobilidade elétrica.
"Com a criação de nossa subsidiária Ampere, queremos acelerar esse processo novamente, pois se concentra exclusivamente no desenvolvimento de veículos elétricos. De qualquer forma, isso nos permitirá lançar no mercado modelos elétricos que não custam mais do que um motor a combustão no período mencionado."
Vale lembrar que, em 2022, Luca de Meo, CEO da Renault, anunciou a divisão dos negócios da empresa em duas unidades, uma dedicada aos modelos a combustão e outra para os veículos elétricos, o que deve agilizar a transição energética dentro da marca.
Entre outras coisas, a divisão criará a unidade elétrica "Ampere" e a divisão de motores "Horse". De acordo com o CEO, esse realinhamento é necessário, entre outras coisas, para poder competir com as novas montadoras e startups recém-chegados ao mercado automotivo.
No IAA Mobility 2023, o Salão de Munique, que começou nesta semana, a Renault apresentou pela primeira vez o Renault Scenic E-Tech Electric, o modelo que renasceu como um SUV elétrico totalmente novo e trazendo importantes avanços como a autonomia de até 600 km, segundo as estimativas da marca.
A partir de 2030, a marca Renault venderá exclusivamente carros elétricos na Europa. Durante a transição, os franceses contam com tecnologia híbrida para motores a combustão.
"Estamos muito comprometidos com a variante híbrida completa. Estamos convencidos de que este é o passo certo no caminho para a descarbonização total", disse o chefe de desenvolvimento. "Depois de Clio, Captur e Arkana E-Tech, a segunda geração desta unidade agora segue no Austral, Espace e Rafale."
Isso para o mercado europeu, enquanto que no Brasil vemos uma linha mais clara de opções de carros a combustão (flex) ou totalmente elétricos, sem ênfase nos modelos híbridos, ao menos por enquanto - o próximo lançamento da marca por aqui será o Megane E-Tech.
Fonte: Ecomento
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