ABVE contesta fala do governador de MG contra os carros elétricos
Entidade criticou falas que trazem insegurança para empresas que já estão investindo em mobilidade elétrica no país
Após a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, criticando os carros elétricos como uma "ameaça aos empregos", a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), publicou uma nota contestando tais declarações, alegando que são sinais decepcionantes para as empresas que estão investindo na mobilidade elétrica no Brasil.
Na semana passada, durante a abertura do nono encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que como objetivo promover a elaboração de diretrizes conjuntas e políticas públicas relacionadas a temas prioritários, como meio ambiente e segurança pública, Romeu Zema (Novo), aproveitou sua fala para promover os veículos movidos a etanol e criticar a adoção dos carros elétricos:
"Temos que lembrar que o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos aqui. A transição para o carro elétrico envolve a importação de bateria que pouquíssimos países produzem.
Envolve destruirmos milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido. Peças de motor a combustão, escapamentos, uma série de itens que não são utilizados no carro elétrico”, disse Zema. “Vai significar a migração de empregos sem considerar em posto de gasolina, concessionárias, etc.”
Em seguida, a ABVE divulgou nota oficial na qual contesta declarações e ações recentes dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e Minas Gerais, Romeu Zema, sobre veículos elétricos e híbridos no Brasil.
A ABVE classificou como decepcionante as declarações de Zema sobre a mobilidade elétrica ser uma “ameaça os empregos” dos brasileiros, bem como o veto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas a um trecho do novo projeto de lei que previa a isenção de IPVA para carros elétricos no estado.
“Não faz sentido as autoridades dos principais Estados do país criarem insegurança a empresas que já se comprometeram a gerar empregos de qualidade e trazer inovação tecnológica à indústria brasileira” – disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
Galeria: BYD - pedra fundamental da fábrica na Bahia
A entidade considera que tais declarações criam insegurança e se tornam ainda mais graves quando consideramos que os investimentos mais importantes do setor automotivo brasileiro, anunciados nos últimos meses, são justamente de empresas que estão transformando a indústria nacional, investindo em novas tecnologias e renovando suas linhas de produção para fabricar veículos elétricos e eletrificados no país, inclusive com a aquisição de plantas industriais desativadas.
“Não nos parece sábio essas autoridades darem um sinal de desconfiança à tendência mais relevante do setor automotivo mundial, e esperamos que essas posições sejam reconsideradas”.
“A eletromobilidade é um ecossistema completo. Inclui não só automóveis, mas a nova cadeia produtiva de ônibus elétricos, a vibrante indústria de infraestrutura de recarga elétrica e um promissor setor de mineração” – acrescentou Ricardo Bastos.
Fonte: ABVE
ÍNTEGRA
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico manifesta sua decepção com as declarações recentes dos governadores de São Paulo e Minas Gerais, ambos surpreendentemente hostis ao desenvolvimento do mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil.
A surpresa é ainda maior se considerarmos que os investimentos mais firmes do setor automotivo brasileiro, anunciados nos últimos meses, são justamente de empresas que estão transformando a indústria nacional, investindo em novas tecnologias e renovando suas linhas de produção para fabricar tais veículos no país, inclusive com a aquisição de plantas industriais desativadas.
“Não faz sentido as autoridades dos principais Estados do país criarem insegurança a empresas que já se comprometeram a gerar empregos de qualidade e trazer inovação tecnológica à indústria brasileira” – disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
“Não nos parece sábio essas autoridades darem um sinal de desconfiança à tendência mais relevante do setor automotivo mundial, e esperamos que essas posições sejam reconsideradas”.
“A eletromobilidade é um ecossistema completo. Inclui não só automóveis, mas a nova cadeia produtiva de ônibus elétricos, a vibrante indústria de infraestrutura de recarga elétrica e um promissor setor de mineração” – acrescentou Ricardo Bastos.
Ele lembrou que, em maio, o próprio governador de Minas Gerais lançou na Nasdaq, a bolsa de valores do setor tecnológico de Nova York, o importante projeto do Vale do Lítio.
“Esse lítio é só para ser exportado in natura? Não seria mais adequado essa riqueza servir à produção de baterias, automóveis e ônibus elétricos no Brasil”? – pergunta o presidente da ABVE.
A ABVE entende que as afirmações do governador de Minas Gerais, segundo quem o veículo elétrico “é uma ameaça” aos empregos, estão em descompasso com a realidade internacional e o desenvolvimento do próprio mercado brasileiro.
Já a decisão do governador de São Paulo de vetar um projeto de lei da Assembleia Legislativa que propunha incentivos à eletromobilidade no Estado, substituindo-o por uma proposta que esquece os veículos elétricos, vai na contramão da via tecnológica mais promissora de combate às mudanças climáticas.
Para a ABVE, o crescente número de emplacamentos de veículos leves elétricos e híbridos nos últimos anos prova que o consumidor brasileiro aposta cada vez mais em produtos modernos e sustentáveis – daí os investimentos no setor.
Esses investimentos estão criando um conjunto amplo de empresas de veículos, componentes, equipamentos e serviços, com um número crescente de startups surgindo a cada dia.
Por fim, a ABVE ressalta que a eletromobilidade não é incompatível com o setor de biocombustíveis. Ao contrário, ela se soma a uma vocação já consolidada da indústria brasileira e potencializa os benefícios de uma das matrizes de geração de eletricidade mais sustentáveis do planeta.
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