Em uma conversa bem produtiva no podcast Motor1 Brasil, Ciro Possobom, CEO da Volkswagen Brasil, falou sobre os planos da montadora alemã no país, impostos para carros elétricos, incentivos, reforma tributária e transição energética.

Entre vários assuntos abordados, o número 1 da Volkswagen no país começou respondendo a perguntas acerca da volta do imposto de importação para carros elétricos e híbridos, que foi anunciada no última sexta-feira (10). Ciro explica que o Brasil está em fase de transição energética, mas entende que o mercado elétricos ainda é restrito. Nesse ponto, a montadora precisa de um incentivo para fazer essa mudança e atrair investimento: "se o imposto é zero, não há interesse em produzir aqui"

Galeria: Avaliação: Volkswagen ID.4 Pro (BR)

Ciro destacou a importância da vinda de novas montadoras, e citou os exemplos de BYD e GWM, que irão produzir automóveis por aqui, beneficiando toda a indústria ao trazer novas tecnologias e ampliar o parque de fornecedores. É bom para o mercado, mas todos precisam "jogar com as mesmas regras". Ao aplicar o imposto, o governo motiva a vinda de investimento para o Brasil, conclui.

Questionado se ficaria mais fácil negociar com a matriz a vinda de carros elétricos caso haja imposto, a resposta foi positiva. O executivo disse que isso motiva novas negociações e investimentos no país. Entende que ao longo dos três anos (período do aumento progressivo do imposto) irá incentivar a nacionalização, ampliando o setor. 

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Na transição energética, Ciro fala de um plano global abrangente e investimentos bilionários da montadora alemã: "A Volkswagen é um dos grandes líderes em eletrificação no mundo".

"O carro elétrico tem que ser acessível para a população"

Trazendo o assunto para o Brasil, explica que a estratégia para o nosso mercado será gradual e terá os três tipos de propulsão: combustão, híbridos e elétricos. Inicialmente importados, os carros elétricos terão pouco volume num primeiro momento. Mas eles podem ser produzidos no Brasil, só que mais adiante, com o aumento da demanda. 

"A questão é como a gente adapta essa estratégia global para a nosso realidade"