A GM está confiante de que sua produção de carros elétricos será "significativamente maior" no próximo ano, disse ontem a CEO Mary Barra. A notícia vem depois de vários trimestres financeiros de crescimento modesto, nos quais a montadora aumentou lentamente a produção, mas permaneceu bem abaixo de 30.000 unidades por trimestre desde o início do ano.
"Francamente, não tivemos um bom desempenho este ano no que se refere à demonstração de nossa capacidade de veículos elétricos", disse Barra, citada pela Automotive News.
"Estou muito confiante com o portfólio de veículos elétricos que temos e com o trabalho que fizemos para oferecer significativamente mais produtos baseados em Ultium que os clientes, creio eu, realmente apreciarão."
A CEO da GM reiterou que está trabalhando para superar uma restrição de produção que tem dificultado a montagem de módulos de bateria para seus veículos elétricos baseados na arquitetura Ultium, como o Chevrolet Equinox EV, Chevrolet Silverado EV e GMC Sierra EV.
Em uma ação surpreendente, a empresa anunciou que aumentará seus dividendos em 33% no próximo ano e recomprará ações no valor de US$ 10 bilhões, tornando-se o maior plano de recompra de todos os tempos, de acordo com a Bloomberg.
Esses, juntamente com dois outros pontos da agenda da empresa voltada para o investidor - restabelecer o guia de lucros para 2023 e cortar os gastos com o empreendimento de robô-táxi Cruise - resultaram em um aumento de aproximadamente 10% no preço das ações.
Ao mesmo tempo, no entanto, o aumento da carga financeira após a assinatura de um novo contrato de trabalho com representantes do sindicato United Auto Workers - que custará à GM US$ 9,3 bilhões até 2028 - deixou alguns analistas apreensivos quanto à capacidade da montadora de se sair bem.
Barra respondeu dizendo que a GM compensará o aumento dos custos trabalhistas "completamente", mantendo sua estratégia de quatro pilares.
"Nossa estratégia é clara", disse Mary Barra em uma entrevista à Bloomberg. "Ela se baseia realmente em quatro pilares: a execução de nosso forte programa de veículos com motores de combustão interna, nosso desempenho no mercado é muito bom e vemos que estamos abaixo da média de incentivos. Acho que isso demonstra a força de nossos produtos com motor de combustão interna", acrescentou Barra.
"Do ponto de vista dos veículos elétricos, temos confiança no portfólio que temos. Ficamos um pouco desapontados este ano por termos sido limitados pela automação para construir módulos [de bateria], portanto, isso não é algo que seja fundamentalmente um problema com a Ultium, foi mais um problema de automação de fabricação no qual estamos trabalhando e estaremos resolvidos em meados do próximo ano, e fazendo melhorias a cada trimestre", disse a número um da GM.
Software e autonomia também fazem parte da estratégia da empresa para dar a volta por cima. Espera-se que a introdução de veículos elétricos mais acessíveis, como o Equinox e o Bolt de última geração, baseado na Ultium, também impulsione a adoção.
A GM "nunca viu a adoção de veículos elétricos como uma linha reta", explicou Barra, acrescentando que, embora a taxa de crescimento tenha diminuído, ela ainda está crescendo.
No Brasil, a GM mantém a estratégia de conversão para carros elétricos até 2035. Recentemente, a empresa anunciou um novo plano de investimento para o nosso mercado que inclui VEs. Com lançamento confirmado de modelos elétricos como o Equinox EV e Blazer EV, a divisão brasileira considera até a adoção de modelos híbridos, algo impensado pela empresa até o momento, mas que ainda não foi confirmado.
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