Apesar do discurso de diversas fabricantes sobre os seus planos de vendas de carros elétricos, a adoção da tecnologia ainda está bem lenta para muitas marcas. A Tesla lidera por muito tempo e, em 2023, tivemos a surpresa da BYD ter sido a fabricante que mais vendeu veículos elétricos em dezembro. E, no terceiro lugar, está a Volkswagen. Segundo uma análise da agência Bloomberg, este cenário não mudará tão cedo e a VW continuará presa nesta posição no ranking até, pelo menos, 2030.

Os analistas da Bloomberg projetam que tanto a Tesla quanto a BYD passarão de 4 milhões de unidades vendidas este ano, com a Tesla um pouco à frente da BYD. Embora a análise não tenha detalhes, o crescimento da fabricante norte-americana deve acontecer com o início das entregas da picape Cybertruck, há muito esperada e com mais de 1 milhão de reservas feitas. A empresa diz que espera chegar a um volume de produção de 250 mil unidades até 2025.

Por outro lado, a BYD tem ganhado volume conforme entra em mais mercados. Está começando a ganhar volume na Europa após o lançamento do Yuan Plus e inicou as vendas dos Tan, Han, Seal e Dolphin, com a promessa de fazer mais três lançamentos ao longo de 2024. Outros países começarão a receber o Seagull, que aqui será rebatizado como Dolphin Mini, como o carro elétrico mais barato da empresa e, consequentemente, de maior volume.

Das marcas generalistas, a Volkswagen é a que tem a linha mais ampla atualmente, com os ID.3, ID.4, ID.6, ID.7 e ID.Buzz. Tem conseguido aumentar as vendas de elétricos e, até setembro de 2023, havia registrado um crescimento de 45% no segmento, entregando 531.500 unidades. A fabricante ainda não divulgou o balanço de 2023, o que deve acontecer nas próximas semanas. Porém, o resultado está bem abaixo das rivais, que chegaram perto de 2 milhões de unidades ano ano.

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“A rivalidade maior dos carros elétricos deve causar uma competição por preços mais intensa, pressionand margens, e os mercados de elétricos deve continuar fragmentado, com a Tesla sendo a única marca realmente global até que as fabricantes tradicionais lancem plataformas de nova geração em 2026 e 2027”, disse Michael Dean, lider do grupo que fez a análise da Bloomberg. “Por enquanto, a expectativa de crescimento dos elétricos pode ser limitada considerando a apatia do consumidor sobre a falta de carregadores rápidos públicos e os preços altos, embora a China seja uma exceção.”

A própria Volkswagen reconhece a falta de competitividade. Em novembro, Thomas Schaefer, CEO da marca VW, disse que os custos são muitos altos e a produtividade é muito baixa, o que vai levar a uma readequação de todos os processos, estruturas e custos atuais. Enquanto isso, a empresa começa a olhar mais para a China, para construir uma nova plataforma que reduza os custos de produção e a permita ser mais competitiva no país.