China reduz produção de carros elétricos em meio a pressões globais
Governo chinês afirma que irá "controlar a expansão" da indústria de veículos elétricos por "demanda externa" insuficiente
A China, líder mundial na produção de veículos elétricos, anunciou medidas para conter a expansão acelerada de sua indústria automotiva, em resposta a crescentes tarifas e legislações que têm impactado suas exportações.
O vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Xin Guobin, afirmou que o governo tomará medidas enérgicas para enfrentar o estabelecimento "cego" de novos projetos de veículos elétricos por algumas autoridades e empresas locais.
A decisão da potência oriental é percebida como um reconhecimento das preocupações crescentes na Europa e nos Estados Unidos sobre a ascensão rápida dos carros elétricos chineses. A União Europeia iniciou uma investigação sobre os baixos preços dos carros elétricos chineses no continente, alegando que esses preços são "artificialmente mantidos baixos por enormes subsídios estatais".
A China, atual líder na produção global de veículos elétricos, tornou-se também o principal exportador mundial de novos carros de todos os tipos, superando o Japão. A redução planejada nas exportações pode abrir espaço para países concorrentes encurtarem a distância em relação aos fabricantes chineses, com análises indicando que as montadoras europeias estão cinco anos atrasadas em relação ao progresso das marcas chinesas em carros elétricos.
Nos mercados de exportação ocidentais, carros chineses têm enfrentado ameaças de tarifas e nova legislação, alimentando temores de uma cadeia de abastecimento global excessivamente dependente de fábricas chinesas.
Governos da União Europeia e dos Estados Unidos têm adotado medidas para impulsionar suas próprias indústrias de veículos elétricos e conter o avanço rápido dos fabricantes de carros e fornecedores de baterias chineses. A administração Biden, por exemplo, ampliou as tarifas sobre carros elétricos chineses para incluir aqueles feitos nos EUA que utilizam baterias provenientes da China, a partir de janeiro de 2024.
O Reino Unido também expressou preocupações com a segurança, com relatos de que o Departamento de Energia e Segurança e Net Zero encomendou uma investigação para avaliar se a dependência excessiva de baterias e painéis solares da China representa um risco à segurança.
Enquanto isso, reguladores da União Europeia destacam as vantagens percebidas que as empresas chinesas desfrutam, incluindo acesso mais fácil a financiamento, apontando para uma competição desigual em comparação com as montadoras europeias.
A indústria global de veículos elétricos agora observa atentamente como essa dinâmica evoluirá nos próximos anos. O fato é que os carros elétricos chineses irão se espalhar pelo mundo, mas o ritmo dessa ofensiva deve ser alterado em função dos temores no mundo ocidental.
Fonte: Drive.au
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