Carros elétricos baratos se tornaram uma questão de sobrevivência para as grandes montadoras generalistas da Europa. Volkswagen, Renault e Stellantis estão considerando todas as opções possíveis para oferecer veículos elétricos mais acessíveis e se manterem no jogo.
Uma reportagem recente do Automotive News ilustra bem o drama vivido pelas montadoras europeias frente à pressão imposta pela Tesla e os grandes fabricantes chineses no segmento de veículos elétricos, sobretudo na faixa de preço mais acessível do mercado. A matéria mostra que o sinal de alerta foi dado e todas as opções estão sobre a mesa: novas abordagens, tomadas de decisão mais rápidas, parcerias antes impensadas e estratégias mais ousadas.
VW ID.2 All
A urgência da mudança é tamanha que o próprio Carlos Tavares, CEO da Stellantis, reconheceu em entrevista ao Automotive News na semana passada que a falta de uma estratégia para lidar com a concorrência chinesa pode colocar o futuro das montadoras locais em xeque:
"reconhecimento perfeito de que, no futuro, as empresas que não estiverem aptas a enfrentar a concorrência chinesa se colocarão em apuros". O executivo disse ainda que a indústria automobilística da Europa enfrentará um "banho de sangue" se não se adaptar.
Além da forte concorrência oriental, outro desafio enfrentado pelas montadoras é a desaceleração no ritmo de adoção de carros elétricos na Europa. A verdade é que as vendas de VEs continuam e continuarão crescendo no Velho Continente, mas em ritmo menor que o esperado.
Por lá, um conjunto de fatores está impactando o mercado de carros elétricos: governos cancelando incentivos e consumidores desmotivados pelo maior custo de aquisição. Outra questão é que em 2025 as regras de emissões se tornarão mais rígidas na União Europeia, o que aumenta a pressão para os fabricantes venderem mais carros elétricos e escapar de multas pesadas.
Nesse cenário, outro golpe duro são os carros elétricos chineses, que hoje em dia têm construção melhor e alto nível de segurança. E a grande questão é que eles oferecem mais por menos. Como exemplo, temos o BYD Dolphin, que custa 7.000 euros a menos que o equivalente VW ID.3, inicialmente considerado pela marca alemã como o seu 'Fusca elétrico'.
Uma amostra da força chinesa será dada mais uma vez com a chegada do Salão de Genebra na semana que vem, onde marcas como a BYD irão mostrar modelos híbridos plug-in para os europeus pela primeira vez. E vem muito mais por aí.
Fonte: Automotive News
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