A Stellantis anunciou um grande investimento de R$ 30 bilhões para o Brasil no período de 2025 a 2030. Nesse cenário, o grupo automotivo destacou a renovação da linha com foco na transição energética se apoiando tanto na eletrificação quanto no uso do etanol, visto pela empresa como um diferencial do nosso mercado.
Em uma transmissão online, tanto o CEO global da Stellantis, Carlos Tavares, quanto o COO da empresa na América do Sul, Emanuele Cappellano, falaram dos planos de eletrificação para o Brasil. Em seguida, os executivos deram uma entrevista coletiva para esclarecer os detalhes do investimento para o Brasil.
Conforme apurado pela jornalista Alzira Rodrigues do portal AutoIndústria, os executivos principais da Stellantis anunciaram metas ambiciosas de eletrificação para o Brasil, com o objetivo de ter uma linha 100% eletrificada no país até o final da década. Especificamente, 20% de carros elétricos (BEV) e 80% de modelos híbridos flex.
“As novas tecnologias têm de ser acessíveis à classe média”, explicou Tavares. “Se esse consumidor não comprar, não tem volume. O Brasil é privilegiado por ter o etanol e é com base no flex-fuel que desenvolveremos nossa linha de eletrificados no que diz respeito a volumes”.
No entanto, Cappellano deixa claro que essa é ambição da empresa e tudo vai depender das preferências do mercado e dos volumes de vendas que serão atingidos. Além disso, a "ambição" também inclui a produção de eletrificados no país nos próximos anos.
Segundo relatado, o primeiro híbrido nacional da Stellantis será produzido na fábrica de Goiana (PE) e chegará ao mercado ainda no segundo semestre de 2024.
Tavares também reforça a linha defendida pela Stellantis no esforço de inserir o etanol no processo de eletrificação no Brasil. O executivo global do grupo vai além e diz que a tecnologia poderá, inclusive, ser ampliada para outros países.
Além disso, o número um da Stellantis mostrou preocupação com o que ele chamou de segmentação de tecnologia no mundo. Enfatizou que a eletrificação está dividindo os mercados, onde Europa, China e Estados Unidos adotam diferentes estratégias e prioridades.
“Pode ser uma coisa boa ou não, mas claramente está havendo uma segmentação de tecnologia no mundo. Em eletrificação, o mundo está dividido. A Europa caminha para os elétricos, os Estados Unidos ainda não sabem o que querem e o Brasil tem o etanol. Aqui temos uma solução inteligente e é nesta oportunidade que estamos apostando”
Questionado sobre os planos para os carros elétricos (BEV) no Brasil, Tavares não foi muito animador. Destacou que a produção do veículo elétrico custa de 30% a 40% a mais em comparação a um equivalente a combustão e que esse valor teria que ser repassado ao preço final, o que inviabiliza sua venda para o público da classe média. Concluiu que o queda nos custos de bateria e produção tornarão esses modelos viáveis por volta de 2026/2027, quando estiverem equiparado aos modelos tradicionais.
Até lá, a Stellantis pretende ganhar escala com os modelos híbridos e inserir os veículos elétricos gradualmente no mercado.
Fonte: AutoIndustria
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