Em um discurso recente na Convenção Nacional Republicana, o ex-presidente Donald Trump reiterou sua abertura para que montadoras chinesas produzam carros elétricos nos Estados Unidos, visando impulsionar a economia do país. Essa postura sinaliza uma abordagem potencialmente diferente da administração de Joe Biden, que busca manter veículos com vínculos à China fora do mercado norte-americano.

Trump destacou que, atualmente, grandes fábricas estão sendo construídas no México por empresas chinesas para vender carros nos EUA. Ele afirmou que, sob sua liderança, essas plantas seriam construídas nos Estados Unidos, empregando trabalhadores americanos. Caso contrário, ele imporia tarifas de até 200% em cada carro para impedir a entrada desses veículos no país.

Volvo EX90 entra em produção

O ex-presidente criticou o presidente do sindicato United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, afirmando que o sindicato deveria ter vergonha por permitir a construção dessas fábricas no México e que seu líder deveria ser demitido imediatamente. Trump conclamou todos os trabalhadores da indústria automotiva, sindicalizados ou não, a votarem nele.

Ele prometeu "trazer de volta a fabricação de automóveis" para os EUA de forma rápida. Essas declarações são semelhantes às feitas em um comício em Ohio, em março, onde ele também manifestou apoio para que montadoras chinesas construam plantas nos EUA, sem mencionar empresas específicas. A maior fabricante de veículos elétricos da China, BYD Co., está buscando estabelecer uma das maiores fábricas de automóveis no México.

Se eleito em novembro, Trump também prometeu eliminar o que chamou de "mandatos de veículos elétricos", sugerindo que tal medida salvaria a indústria automobilística norte-americana da "completa destruição". Tanto Trump quanto Biden buscam impedir a entrada de veículos leves fabricados na China nos EUA para proteger os fabricantes domésticos. No entanto, Trump adota uma abordagem mais transacional ao lidar com empresas chinesas que desejam construir carros nos EUA.

NIO - 500

Segurança dos dados

Em contraste, a administração Biden tem examinado amplamente os veículos com vínculos à China, incluindo aqueles potencialmente fabricados fora do país. A administração Biden tenta excluir empresas com pelo menos 25% de propriedade de entidades governamentais chinesas de receberem benefícios fiscais e lançou uma investigação sobre carros com software chinês que poderia comprometer a segurança e os dados dos cidadãos norte-americanos.

Ambos os candidatos desejam adotar uma postura firme em relação à China à medida que se aproximam de um possível confronto eleitoral em novembro. Trump referiu-se à COVID-19 como o "vírus chinês" durante o comício, recebendo aplausos da audiência, e recordou suas negociações comerciais com o governo chinês durante seu mandato na Casa Branca. Ele também prometeu acabar com o "mandato de veículos elétricos" no primeiro dia de seu governo, caso seja eleito.

Fonte: Automotive News