Diversos grupos e montadoras já estão revendo seus planos para eletrificação total até o ano de 2030.
Os compradores estão evitando os veículos elétricos devido aos seus preços, muitas vezes altos, em comparação aos carros com motor de combustão, e estão preocupados se eles chegarão ao seu destino em meio à infraestrutura de carregamento precária na maioria dos países.
É importante destacar que a indústria automotiva como um todo enfrenta desafios na transição para a eletrificação. Além dos problemas já citados, as políticas governamentais são fatores que tem grande influência na velocidade e nos custos da adoção dessa tecnologia.
Fizemos um balanço com anúncios mais recentes de diversas montadoras que moderaram suas expectativas em ordem cronológica, começando pela mais recente:
A japonesa cortou seus planos de produção de veículos elétricos para 2026 em um terço, informou o jornal de negócios Nikkei em 6 de setembro. Em resposta ao relatório, a Toyota disse que não houve nenhuma mudança em sua intenção de produzir 1,5 milhão de elétricos puros por ano até 2026 e 3,5 milhões até 2030. Ela disse, no entanto, que os números não eram metas, mas referências para acionistas. Nos próximos três anos, a Toyota e a Lexus planejam 10 novos elétricos, incluindo modelos em uma nova plataforma e outros em versões evoluídas da atual arquitetura e-TNGA.
A montadora sueca descartou em 4 de setembro sua meta de se tornar totalmente elétrica até 2030 e disse que espera ainda oferecer alguns modelos híbridos até lá. Ela almeja que 90-100% por cento dos carros vendidos até 2030 sejam elétricos puros ou híbridos plug-in, enquanto até 10 por cento seriam os chamados híbridos leves. A Volvo foi uma das primeiras a apostar fortemente na mobilidade elétrica, anunciando em 2019 sua intenção de abandonar completamente os motores a combustão.
A Volkswagen não alterou suas metas para 2030 para que os elétricos constituam 70 %das vendas na Europa e 50% nos EUA e na China, apesar de alertar repetidamente sobre a desaceleração da demanda. No entanto, seu chefe de tecnologia do grupo, Thomas Schmall, disse em agosto que os planos da VW para novas fábricas de baterias não eram imutáveis e dependiam da demanda pelos eletrificados. A alemã não está em uma boa situação na Europa. Segundo analistas do setor, a Volkswagen perderá cerca de 10% do seu lucro operacional em 2025 caso se adapte às novas metas de CO2.
Em agosto, a Ford reduziu a parcela de gastos de capital anuais planejados dedicados a elétricos de 40% para cerca de 30%, dada sua ênfase crescente em híbridos, e disse que estava matando um SUV elétrico planejado e adiando uma nova versão elétrica de sua picape mais vendida. Em maio, a montadora dos EUA disse que estava repensando seu plano de vender apenas carros totalmente elétricos na Europa até 2030, já que as vendas não decolam na região.
Em julho, a marca premium diminuiu suas ambições para veículos elétricos, dizendo que só conseguiria atingir sua meta previamente comunicada de 80% de vendas de veículos totalmente elétricos até 2030 se a demanda e os desenvolvimentos no setor de veículos elétricos o justificassem.
No início de 2022, o então CEO Luca De Meo disse que todas as vendas da marca Renault na Europa seriam totalmente elétricas até 2030, mas dois anos depois a meta foi alterada quando o CEO da marca, Fabrice Cambolive, disse ao Automotive News Europe que a Renault estava vendo uma estratégia dupla de oferecer veículos elétricos e carros com motor de combustão pelos próximos 10 anos, ou seja, para além de 2030. A francesa também vem apostando numa linha retrô que contemplará o Twingo, os modelos 4 e 5, e ganhou recentemente um protótipo do 17.
Em junho, a GM cortou sua previsão de produção de eletrificados para 2024 e, em julho, se recusou a reiterar sua previsão de produzir 1 milhão de elétricos na América do Norte até o final de 2025. A marca, que anteriormente tinha planos de ir de modelos a combustão para elétricos num curto espaço, deverá investir em híbridos e híbridos leves.
A montadora disse em fevereiro que as vendas de veículos elétricos, incluindo híbridos, representariam até 50% do total até 2030, cinco anos depois da previsão para 2021. Ela também desacelerou seus planos de capacidade de células de bateria, pois a demanda por veículos elétricos não aumentou.
A Bentley tinha como meta uma linha totalmente elétrica até 2030, mas em março o então CEO Adrian Hallmark disse que o plano havia sido adiado para se concentrar mais em modelos híbridos plug-in.
A montadora disse em fevereiro que espera lançar seu primeiro elétrico de nova geração em 2026, anteriormente planejado para o ano que vem. "A demanda do consumidor (por elétricos), principalmente no preço da Aston Martin, não é o que pensávamos que seria há dois anos", disse o presidente executivo Lawrence Stroll na época.
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