O mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil está em plena expansão. A previsão é que em 2024 sejam comercializadas mais de 150 mil unidades, um marco histórico para o setor. Com esse crescimento acelerado, a demanda por energia e a necessidade de infraestrutura de carregamento se tornam cada vez mais urgentes.
Um estudo recente realizado pela Anfavea e o Boston Consulting Group (BCG) traçou um cenário detalhado sobre a evolução da eletrificação no país, apresentando projeções otimistas e desafiadoras para as próximas décadas.
Segundo a pesquisa, a eletrificação do transporte terá um impacto significativo na demanda por energia elétrica. As estimativas indicam que, no cenário mais otimista, a demanda por energia para veículos elétricos leves pode saltar de 185 GWh em 2023 para chegar a 26.500 GWh em 2040, o equivalente a cerca de 3% do consumo total de energia do país em 2023. Esse aumento na demanda exigirá investimentos em geração de energia renovável e em uma rede elétrica mais eficiente e resiliente.
É importante ressaltar que essas projeções consideram tanto veículos totalmente elétricos (BEVs) quanto híbridos plug-in (PHEVs). O estudo assume uma média de 12.000 km rodados por ano para ambos os casos e um uso de 61% da bateria elétrica no caso do PHEV, com o restante sendo complementado pelo motor a combustão.
O aumento da frota de veículos elétricos exige um investimento maciço em infraestrutura de carregamento. Para atender à demanda projetada, será necessário expandir significativamente a rede de postos de recarga.
No final do ano passado, o Brasil contava com cerca de 4.000 postos de carregamento, No entanto, para acompanhar o crescimento do mercado de veículos elétricos, esse número precisa aumentar exponencialmente. As projeções indicam que serão necessários entre 545.000 e 745.000 postos de carregamento até 2040, dependendo do ritmo de adoção dos veículos elétricos.
O estudo da Anfavea e BCG apresenta dois cenários para a eletrificação do transporte no Brasil: um gradual e outro acelerado. No cenário gradual, a transição para os veículos elétricos ocorre de forma mais lenta e orgânica, enquanto no cenário acelerado a adoção dessa tecnologia é mais rápida, considerando uma efetividade maior em termos de ações e investimentos e convergência de interesses públicos e privados para a transição energética.
Independentemente do cenário, a eletrificação do transporte representa um enorme desafio para o país. É preciso superar obstáculos como a alto do custo dos veículos elétricos, a falta de incentivos fiscais e a necessidade de adaptar a rede elétrica para atender à nova demanda.
Por fim, vale destacar que o futuro da mobilidade no Brasil também é elétrico, ainda que a transição energética conte com outras opções de propulsão. A crescente demanda por veículos elétricos e as projeções de crescimento do setor demonstram a necessidade de investimentos em infraestrutura de carregamento e em fontes de energia renovável, uma área em que o Brasil já é destaque.
A transição para a mobilidade de baixas emissões é um processo complexo e desafiador, mas os benefícios para o meio ambiente e para a economia são inegáveis. Ao investir em tecnologias limpas e sustentáveis, o Brasil pode se posicionar como um líder global na luta contra as mudanças climáticas ao mesmo tempo em que avança para a descarbonização do transporte.
Fonte: Anfavea/BCG
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