Sistema de troca de baterias da NIO tem planos de expansão global

• A marca chinesa Nio tem um escritório em San Jose desde 2015.
• A marca originalmente queria entrar nos EUA até 2025, mas voltou atrás nas últimas semanas.
• No ano passado, a Nio vendeu 160.038 veículos.

Os comentaristas políticos podem criticar a presença de veículos elétricos chineses nas estradas americanas, mas a verdade é que eles já estão, de certa forma, por aqui, operando discretamente há um bom tempo. Estou falando de algo mais substancial do que, digamos, o CEO da Ford dirigindo um Xiaomi SU7 pela região de Chicago ou alguns turistas mexicanos circulando pelo sul do Texas em seus Baojun, que foram rebatizados como produtos Chevrolet.

Não, essas marcas estão nos EUA de forma oficial, com escritórios e funcionários. A BYD, por exemplo, possui um escritório em Pasadena, Califórnia. É o lugar onde provavelmente você já viu seus YouTubers e TikTokers favoritos explorando alguns modelos exclusivos para o mercado chinês, importados para fins comerciais. A gigante chinesa já movimentou veículos nos EUA antes, como a versão voltada para frotas do crossover elétrico e6. Além disso, há mais de uma década, fabrica e vende ônibus elétricos nos EUA. Considerando o quanto da tecnologia global é desenvolvida nos Estados Unidos, faz todo sentido que marcas chinesas de veículos elétricos, focadas em tecnologia, tenham algum tipo de presença por aqui, especialmente no Vale do Silício.

Isso inclui a Nio, que foi o tema de minha mais recente viagem à China. A marca tem um escritório em San Jose desde, pelo menos, 2015, com um plano de vender carros nos Estados Unidos. 

2025 Nio ET9

Quando você olha para a linha de produtos da Nio na China e na Europa, parece óbvio. Eles se parecem com os tipos de carros elétricos que gostaríamos de comprar.  A linha de produtos da Nio mais do que dobrou, passando de três modelos diferentes em 2018 para oito em 2024 (incluindo uma nova submarca convencional de preço mais modesto chamada Onvo), com planos de lançar uma marca convencional ainda mais barata até o final deste ano.

Estação de troca de energia Nio Power

No momento, a Nio e a Onvo têm uma gama de SUVs e sedãs destinados a atrair compradores de veículos elétricos convencionais e de luxo. E sua tecnologia exclusiva de troca de baterias parece ser uma maneira infalível de aliviar a ansiedade em relação ao alcance e à carga que impede muitas pessoas de adotarem o sistema elétrico.

Essas ações parecem ter valido a pena. A empresa cresceu, passando de cerca de 8.000 unidades movimentadas em seu primeiro ano de 2018 para 190.000 unidades e contando com 2024. Por que não crescer nos Estados Unidos em seguida?

2023 Nio EL6 vista externa dianteira em três quartos, dirigindo

Mas um mundo de desenvolvimento de veículos elétricos e grandes mudanças geopolíticas aconteceram desde que a Nio abriu seu primeiro escritório na Califórnia. Mas tudo isso é ressaltado pelo fato de que as relações entre os EUA e a China estão no nível mais baixo de todos os tempos, e podem piorar. Dado o recente antagonismo e a mudança de maré contra a China, será que eles ainda estão considerando um lançamento dos EUA?

Apesar de tudo, a resposta é definitivamente um talvez. A Nio ainda não excluiu os Estados Unidos de sua lista de tarefas, mas foi muito clara: provavelmente não será por um tempo.

Como outros fabricantes chineses de veículos elétricos, o desejo de crescimento da Nio, tanto dentro quanto fora da China, é crucial para sua sobrevivência. Assim, a marca tomou medidas para aumentar seus números, em parte, introduzindo novos modelos.

Foto de: InsideEVs

Mas é preciso continuar crescendo. A Nio diz que continuará a se expandir pela Europa e outras partes da Ásia. "A Nio explorará firmemente os mercados globais, com o objetivo de entrar em 25 países e regiões até o final de 2025, atenderá às necessidades dos usuários locais em diferentes mercados com suas três marcas e segmentos de preço e adotará uma estratégia de mercado global adaptada às condições locais", disse um representante da Nio em um e-mail quando perguntado sobre os planos de expansão futuros da marca. Ambicioso, mas a expansão não é fácil. Tampouco são as geopolíticas que precisam ser navegadas ou as questões relacionadas a vendas, serviços, marketing e muito mais.

Curiosamente, a Nio também disse que "[a Nio] continuará a implementar de forma constante sua estratégia de globalização, trabalhará com parceiros para ajudar a facilitar a inovação tecnológica no setor global de veículos elétricos inteligentes e fornecerá tecnologias, produtos e serviços inovadores para usuários em mais países e regiões". A palavra que se destaca nessa frase é parceiros.

Nio ET9 (2025)

Vamos dar uma olhada no mercado mais recente em que a empresa entrou: Azerbaijão. Em vez de entrar nesse mercado por conta própria, ela fez uma parceria com um distribuidor chamado Green Car para gerenciar suas vendas, serviços, estações de troca de baterias e centros de atendimento ao cliente, chamados Nio Houses. A parceria com a Green Car é considerada o início da nova estratégia da Nio de entrar nos mercados internacionais. 

A Nio não é a única marca que procurou parceiros externos para expandir-se fora da China. A famosa Leapmotor fez uma parceria com a Stellantis como um método para entrar mais facilmente nos mercados europeus. Recentemente, a União Europeia lançou a ideia de uma espécie de relação de joint-venture reversa, em que as montadoras chinesas fazem parcerias com as europeias para contornar quaisquer tarifas de importação associadas às importações chinesas de veículos elétricos.

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Então, o que isso significa para nós? A Nio poderia estar apontando para uma parceria para entrar nos EUA? Os representantes da Nio enviaram esta declaração: "Os Estados Unidos são um dos maiores mercados de automóveis do mundo, e os principais fabricantes automotivos têm uma forte presença lá. A NIO estabeleceu a equipe nos EUA desde o início da empresa e vem avaliando o momento e a estratégia ideais para sua entrada no mercado americano."

Não está claro qual seria a forma de um lançamento da Nio nos EUA, mas essas são declarações interessantes de uma empresa interessante, em um momento muito interessante tanto na revolução dos veículos elétricos quanto no relacionamento entre os EUA e a China.