Honda e Nissan estudam fusão para criar gigante automotivo
Montadoras japonesas buscam superar desafios financeiros e aumentar a competitividade
Honda e Nissan estão em negociações para aprofundar sua colaboração, e até mesmo uma fusão está sendo considerada, de acordo com informações divulgadas pela agência Reuters. Mitsubishi também pode ser incluída nas discussões, já que a Nissan é a principal acionista da montadora, com 24% de participação. Caso a união aconteça, a nova entidade se tornaria um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo.
Conforme dados apurados, a fusão resultaria em uma empresa avaliada em mais de 50 bilhões de euros, com capacidade de produção anual de 7,4 milhões de veículos. Isso posicionaria o conglomerado como o terceiro maior do setor, atrás apenas de Toyota e Volkswagen, em termos de vendas globais.
A iniciativa é impulsionada por dificuldades financeiras enfrentadas por ambas as empresas. A Nissan, por exemplo, anunciou planos para cortar 9.000 postos de trabalho e reduzir sua capacidade produtiva em 20%, buscando economizar cerca de 2,5 bilhões de euros. Essas medidas foram tomadas após um declínio de 85% nos lucros no segundo trimestre, causado por vendas fracas na China e nos Estados Unidos. Em novembro, especulou-se que a montadora teria apenas de 12 a 14 meses para reverter sua situação.
A Honda também enfrenta desafios, com vendas de veículos elétricos abaixo das expectativas e piora nas condições financeiras. Apesar disso, ambas as empresas já haviam anunciado em março uma parceria para desenvolver novos modelos de carros elétricos, o que agora se intensifica devido às circunstâncias.
Nissan Hyper Urban
Segundo o jornal japonês Nikkei, as negociações incluem não apenas colaborações técnicas, mas também possibilidades como a criação de uma holding ou uma fusão completa. O objetivo seria aumentar a competitividade contra rivais como Toyota e enfrentar o difícil cenário do mercado global de veículos elétricos.
Nissan Ariya
O mercado de carros elétricos no Japão ainda é pequeno, com apenas 87.000 unidades vendidas em 2023. Assim, as exportações são cruciais, especialmente para a China, o maior mercado mundial de veículos elétricos. Contudo, um acirrado "guerra de preços", liderada por Tesla e BYD, coloca as montadoras japonesas em situação desafiadora.
Nem Honda, Nissan ou Mitsubishi comentaram oficialmente sobre as negociações, e a Renault, principal acionista da Nissan, também se recusou a se pronunciar. No entanto, fontes indicam que as empresas realizarão uma conferência de imprensa conjunta em Tóquio na próxima segunda-feira para abordar o tema.
A almejada colaboração ou fusão busca reduzir custos e potencializar recursos diante de um mercado altamente competitivo e em transição para a eletrificação. O desfecho dessas negociações pode redefinir o panorama da indústria automobilística global.
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