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BYD ultrapassa Toyota nas vendas de carros elétricos no Japão em 2024

Marca alemã lidera pela primeira vez o mercado de EVs no Japão, superando a marca da casa

byd japao carros eletricos  (1)

Em 2024, a BYD, uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo, alcançou uma marca histórica ao ultrapassar a Toyota nas vendas de carros elétricos no Japão. Este feito é significativo, considerando que a Toyota, tradicionalmente, dominava o mercado doméstico japonês. Segundo dados da Associação de Revendedores de Automóveis do Japão (Japan Automobile Dealer Association), a BYD vendeu 2.223 veículos elétricos (EVs) no Japão, enquanto a Toyota registrou 2.038 unidades, marcando uma diferença de 185 carros.

O mercado de veículos elétricos no Japão experimentou uma queda significativa em 2024, com um total de 59.736 carros elétricos vendidos, o que representa uma redução de 33% em relação ao ano anterior. Este é o primeiro declínio anual nas vendas de EVs no Japão após quatro anos consecutivos de crescimento. A participação dos carros elétricos no total de vendas de veículos foi inferior a 2%, um dos menores índices entre os países desenvolvidos.

byd japao carros eletricos

Essa queda nas vendas de veículos elétricos no Japão reflete uma resistência ao crescimento dessa categoria no mercado local, que ainda é fortemente dominado por veículos movidos a combustíveis fósseis. No entanto, apesar da diminuição das vendas, a presença de marcas internacionais, como a BYD, tem se fortalecido gradualmente.

A BYD entrou no mercado japonês em 2023, com o lançamento de modelos como o Atto 3 (Yuan Plus), um crossover, e o Dolphin, um hatchback. Esses modelos, elétricos a bateria, começaram a competir diretamente com carros populares da Toyota e Honda. O Atto 3, que é o nome internacional do Yuan Plus, é um SUV elétrico que tem sido uma alternativa acessível ao Toyota RAV4 e ao Honda CR-V, com preços a partir de 2,99 milhões de ienes (aproximadamente R$ 115 mil).

BYD Atto 3 takes third place at the

Além desses modelos, a BYD também lançou o sedã Seal EV no Japão em 2024. O Seal, que foi amplamente considerado como uma resposta da BYD ao Tesla Model 3, rapidamente se tornou o carro elétrico importado mais vendido no país. O preço do Seal começa em 5,28 milhões de ienes (cerca de R$ 204 mil). Em 2025, a empresa planeja lançar o Sealion 07, um SUV elétrico médio de última geração, que promete ampliar ainda mais sua presença no mercado japonês.

Resposta da Toyota

Enquanto a BYD experimenta um crescimento notável no Japão, a Toyota viu suas vendas de veículos elétricos caírem 30% em 2024. O modelo bZ4X, o primeiro carro totalmente elétrico da Toyota, teve um aumento de 10% nas vendas, mas ainda assim registrou apenas 1.012 unidades comercializadas no ano passado.

Toyota BZ4x 2024

A Nissan, outro grande player japonês, continua sendo líder de mercado no Japão, com cerca de 50% de participação nas vendas de veículos elétricos. No entanto, as vendas do Nissan Leaf caíram drasticamente em 2024, com uma queda de 44% para 30.749 unidades, o número mais baixo desde 2021. A Nissan também viu uma queda de 38% nas vendas do Sakura, seu compacto elétrico.

Entre as marcas importadas, a Tesla continua sendo a líder de mercado, mas a BYD segue com uma participação crescente, que agora representa cerca de 40% das vendas da Tesla no Japão.

O mercado de veículos elétricos no Japão enfrenta desafios únicos, como a falta de infraestrutura de carregamento suficiente e uma forte lealdade das preferências dos consumidores por carros movidos a gasolina. Além disso, o preço dos veículos elétricos ainda é uma barreira significativa para muitos consumidores japoneses.

Apesar desses obstáculos, a BYD tem demonstrado uma estratégia sólida de expansão, oferecendo veículos com preços competitivos, uma rede de distribuição crescente e um portfólio diversificado de modelos. Com planos de abrir 100 lojas no Japão até 2025, a fabricante chinesa está determinada a continuar sua trajetória de crescimento e a conquistar uma fatia ainda maior do mercado japonês, onde marcas domésticas dominam a maior parte das vendas.