O carro elétrico tem muitos paradoxos e o mais visível é que, ao invés de envolver muitos elétricos urbanos, iniciou sua trajetória com carros grandes, de alto desempenho e mais caros. O dilema do Renault Twingo, por outro lado, é que antes não era elétrico, visto que seu primo Smart ForFour já é eletrificado há algum tempo, deixando para trás os combustíveis fósseis.
No entanto, a espera acabou e uma das marcas líderes em emissões zero pode hoje adicionar um carro elétrico com 3,61 metros de comprimento à sua tabela de preços que, também graças aos incentivos, parece feito sob medida para as capitais europeias. E é justamente nas ruas da capital italiana que o carrinho foi testado pelos nossos amigos do Motor1.com Itália.
A Renault sempre teve uma estratégia visual "mista". O Twingo é um daqueles carros elétricos que se diferenciam dos "térmicos" pelos pequenos detalhes como os faróis com a assinatura de luzes em C. Até a pequena entrada de ar do lado esquerdo e a posição da tampa de reabastecimento permanecem as mesmas.
As marcas de identificação elétrica são pintadas em azul e podem ser encontradas nas letras, nas fitas adesivas nas laterais - podem ser ainda mais visíveis - e nas grades frontais. A edição de lançamento Vibes Limited Edition oferece a nova cor Orange Valencia e rodas de 16" com pintura laranja.
A mesma filosofia também se aplica ao interior. Portanto, plásticos bicolores disponíveis em várias combinações e temática Vibes caracterizada por acabamentos laranja nos bancos e ao redor da alavanca de câmbio. Em todos esses elementos há uma assinatura elétrica em azul.
A instrumentação é reunida em um único mostrador, com algumas indicações digitais monocromáticas no centro do velocímetro analógico. O sistema informação e entretenimento possui tela sensível ao toque de 7", Android Auto e Carplay, pode ser atualizado over-the-air e faz interface com um aplicativo que permite controlar remotamente o carregamento e programar ar condicionado e o itinerário com base no tempo e presença das estações de recarga ao longo da rota.
O espaço útil no interior não foi alterado, com as soleiras perfeitamente alinhadas com o piso plano, como se o Twingo tivesse uma plataforma elétrica "nativa". O porta-malas tem uma capacidade máxima de 980 litros e, rebatendo o encosto do banco dianteiro direito, chega a 231 cm de comprimento útil. Com os bancos na posição normal, são 240 litros complicados pela presença, não ordenada, dos dois cabos de carregamento. Pena que o compartimento frontal, como para todos os Twingo, esteja inutilizável.
O Twingo está equipado com o motor síncrono R80 produzido na fábrica da Cléon na Normandia. Tem um torque de 16,3 kgfm disponível de 500 a 3.590 rpm quando, como em um relé perfeito, a potência máxima chega a 60 kW que permanecem constantes até 11.450 rpm.
É refrigerado a líquido, com o mesmo circuito servindo a bateria e o inversor, este último posicionado ao lado da unidade de acionamento na parte traseira e conectado às rodas através da transmissão integrada, de relação única, sempre ativada.
A bateria tem capacidade de 22 kWh (21,4 kWh líquidos) para um alcance de 190 km (WLTP). Encapsulado em uma caixa de proteção de alumínio e posicionado sob os bancos dianteiros, usa 96 células LG Chem divididas em 8 módulos de 12 células para uma tensão de 400 volts e um peso total de 165 kg.
O carregador é o conhecido Camaleon que é de série e aceita correntes alternadas ou diretas de até 22 kW indiferentemente. Este recurso, junto com a refrigeração líquida acima mencionada, promete um abastecimento bastante rápido e consistente ao longo do tempo, qualquer que seja o estado inicial de carga.
Pegue a chave, insira-a na fechadura e gire-a. O Twingo guarda um gesto "histórico" do automóvel, mas bastam alguns quilômetros para perceber que parece ter nascido sem o escapamento, pela forma como se move e por algumas características estruturais. As respostas são adequadas para um frequentador assíduo de semáforos (0 a 50 km/h em 4,2 segundos). Ao viajar em velocidade inferior a 30 km/h, o alerta sonoro para pedestres soa alto demais, mesmo no interior do carro.
Os técnicos franceses devem ter economizado um pouco no isolamento acústico, talvez também para limitar o peso. E de fato, com todos os equipamentos possíveis, o Twingo Electric tem uma massa inferior a 1.200 kg distribuída perfeitamente nos dois eixos. Com a bateria em 95%, a instrumentação dava autonomia de 180 km e ao final dos 78 km da prova ainda havia 50% com 96 km indicados para percorrer. Um resultado consistente e credível, também considerado um bom trecho em autoestrada onde foi forçado várias vezes até o limite de de 135 km/h.
Com o botão Eco a performance cai um pouco e com a alavanca você pode selecionar 3 níveis de recuperação, mas com uma "escala" de intensidade limitada. O Twingo Electric, por outro lado, é imbatível nas manobras, as dimensões gerais são percebidas claramente, também graças à câmera e o raio de esterçamento que é excepcional: estacionar e dar marcha a ré tornam-se uma diversão.
Para torná-lo um urbano perfeito, seria necessário uma frenagem autônoma para velocidades baixas e sensores de pontos cegos. Com as rodas de 16" a absorção é limitada, o pedal tem uma resposta progressiva e a suspensão inspira diversão e confiança, mesmo na frenagem. Os maníacos das manobras, em vez disso, nem comecem a esfregar as mãos: a eletrônica (que não pode ser desligada) parece ler sua mente e impede qualquer tentativa de "cortar a energia", paralisando o fornecimento de forma implacável.
O Renault Twingo Electric começa em 22.450 euros (R$ 143.020) na configuração Zen, sobe para 23.650 euros (R$ 150.700) para o Intens e chega a 24.350 euros (R$ 155.100) para o Vibes. Com os eco bônus estatais, um carro para ser sucateado e os descontos da Renault esse valor desce para populares 11.500 euros (R$ 73.200).
Versão | Preço (com eco-bônus e sem sucateamento) |
Renault Twingo Electric Zen | 16.450 euros (R$ 104.800) |
Renault Twingo Electric Intens | 17.650 euros (R$ 112.440) |
Renault Twingo Electric Vibes | 18.350 euros (R$ 116.900) |
Se pretende financiá-lo, vai precisar de apenas uma entrada de 2.655 euros (R$ 16.910), pagar uma prestação de 89 euros (R$ 567) durante 36 meses com um valor final garantido (até 30.000 km) de 8.531 euros (R$ 54.340). Definitivamente mais barato que um Twingo com um motor 1.0 3-cilindros de 65 cv, que é bem mais lento.
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