O melhor carro elétrico já lançado pela BYD até aqui? Essa foi a pergunta que veio à mente antes de entrar no BYD Seal para a primeira avaliação. Trazendo as tecnologias e recursos mais recentes da montadora chinesa, o belo sedã (cupê) elétrico não terá vida fácil em nosso mercado, mas ele possui suas armas. Veja o preço e confira as nossas primeiras impressões.
E antes de começar, vale destacar alguns pontos, como o fato de ter sido o primeiro modelo desenvolvido em conjunto com a plataforma elétrica dedicada da BYD, a "e-Platform 3.0", que também sustenta os modelos Dolphin e Yuan Plus.
Medindo 4.80 metros de comprimento, 1,91 metro de largura e 1,49 metro de altura, com distância entre-eixos de 2,92 metros, o novo BYD Seal está um passo à frente dos outros elétricos da família por conta do conceito CTB (Cell To Body), em que a caixa da bateria substitui o piso da estrutura monobloco.
Isso contribui para o aumento da rigidez torcional do conjunto em 70%, face a uma estrutura convencional, atingindo os 400-500 graus/Nm. Essa bateria integrada na estrutura permite reduzir a altura total em 10 mm e favorecer a aerodinâmica com com Cx de 0,219.
Além das baterias de lâmina (Blade), o BYD Seal também possui o Sistema de Controle de Adaptação de Torque de Inteligência (iTAC), um ESP com sensores de roda particularmente precisos, que também atua com previsão.
Passando ao visual, o Seal se destaca pelas linhas fluidas (ao vivo é ainda melhor do que nas fotos). É arrojado na medida certa ao mesmo tempo em que as formas e proporções agradam. Tudo em harmonia, a não ser pelas ranhuras inferiores no para-choque traseiro um pouco exageradas.
O pacote de equipamentos é condizente com a proposta: o Seal tem uma boa lista de itens de série, com destaque para o amplo teto panorâmico, seis airbags, head up display, rodas de liga leve aro 19", faróis de LEDs, banco do motorista com ajuste elétrico e memória, retrovisores externos com aquecimento e rebatimento elétrico, câmera 360º com imagem HD, bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, Isofix, atualizações remotas OTA, conexão 4G, chave presencial NFC, acesso e partida sem chave, assistente de estacionamento, quatro modos de condução, entre outros.
Os assistentes incluem monitor de pontos cegos, controle de cruzeiro adaptativo com stop & go, frenagem de emergência, alerta de abertura de portas, alerta de tráfego cruzado, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão lateral, radares dianteiros e traseiros e monitor de pressão dos pneus.
Assim como o visual externo, o interior também salta aos olhos: tanto pelo acabamento do painel com texturas suaves ao toque e materiais premium, como pelos bancos em couro sintético e costuras aparentes com padrões em forma de losango. No conjunto, transmite um ar premium, superando até mesmo os modelos mais caros da marca, como a dupla Han e Tan.
Além das formas modernas, o painel acomoda um quadro de instrumentos digital com tela de 10,25" e a tela suspensa do sistema de informação e entretenimento giratória com 15,6". É um conjunto que de certa forma segue o padrão dos demais elétricos da marca, mas aqui o cluster tem melhor resolução e leitura, aliado ao bom volante multifuncional com base achatada.
O console central concentra na parte central os botões com os principais comandos, como modos de condução, freio de estacionamento, partida e o discreto seletor de marchas. Além disso, tem local de carregamento sem fio para smartphones na parte dianteira.
Nosso primeiro contato com o BYD Seal durou apenas um dia, rodando muito mais na estrada do que na cidade. Mesmo assim, suficiente para uma impressão inicial bastanre positiva do sedã cupê.
Com posição de dirigir mais baixa, banco envolvente e volante de boa pegada, a tocada é agradável e instigante. Logo de cara, agrada pelo feeling da direção, mais direta e comunicativa se comparada aos outros modelos da linha Ocean. Mais baixo, requer um pouco de cuidado nas habituais ruas de asfalto ruim, mas nada fora do comum para um carro com essa proposta.
Na estrada, o Seal deslancha. Bem assentado, com ótima dinâmica, baixa rolagem da carroceria e excelente isolamento acústico, o sedã cupê elétrico mostra o seu melhor lado. A aceleração é destaque: progressiva e com boa dosagem do pedal, condiz com os 3,8 segundos declarados para o 0 a 100 km/h.
Bastante seguro e dotado de todo o arsenal de assistentes à condução, que ajudaram o modelo a receber 5 estrelas nos testes de segurança Euro NCAP, o Seal incomodou em um ponto: a atuação muito invasiva dos assistentes de segurança, sobretudo o de permanência em faixa, inclusive, com alertas sonoros persistentes, que não conseguimos desativar, mesmo explorando os menus e opções de segurança do carro elétrico.
A BYD informou que mesmo desarmados, esses alertas são ativados automaticamente toda vez que o carro é ligado - ainda não sabemos se a versão que chegará às lojas já terá uma solução para este inconveniente.
Ficou faltando uma medição mais detalhada do consumo, mas pelos dados que anotamos e distância percorrida, a autonomia real deve ficar ao redor dos 400 - 450 km, nada absurdo considerando os 530 km pelo ciclo WLTP e acima dos 372 km informados pelo padrão Inmetro.
E falando das especificações e potência de carregamento, o Seal carrega com até 11 kW em AC e 150 kW em DC, números em linha com boa parte dos carros elétricos disponíveis no mercado.
Em mercados como a Europa, Austrália e a própria China, ele será um concorrente direto para o Tesla Model 3, aliás, foi concebido com isso em mente. Por aqui, o BYD Seal terá como alvo clientes de sedãs médios de marcas premium, sobretudo de modelos como o BMW Série 3, que começam na faixa de R$ 320 mil.
O BYD Seal está sendo produzido desde junho na fábrica da BYD em Changzhou (cerca de 100 km de Xangai). 15.000 unidades devem ser construídas lá mensalmente. Na China, a pré-venda começou no final de maio, e desde então, a BYD já recebeu mais de 100 mil reservas, um sucesso!
No Brasil, o BYD Seal acaba de ser lançado pelo preço de R$ 296.800 e já está disponível nas concessionárias e canais digitais da BYD, com início de entregas a partir de setembro.
Considerando a proposta, porte, espaço, equipamentos, desempenho e tecnologia, o Seal é bastante competitivo pelo preço cobrado. O único ponto negativo, que ainda não sabemos se estará corrigido no modelo que chegará às lojas, é a dificuldade em desabilitar (caso deseje) os cansativos alertas sonoros dos sistemas de assistência, sobretudo o de permanência em faixa.
Apesar disso, no conjunto da obra, o sedã cupê elétrico tem bons argumentos para atrair os clientes de sedãs premium a combustão para o mundo da mobilidade elétrica. Terá sucesso? Só o mercado dirá.
BYD Seal
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