O BMW Série 5 chega à oitava geração com muitas novidades e, pela primeira vez, disponível em uma variante elétrica, o BMW i5. Historicamente considerado a vitrine de novas tecnologias da marca alemã, o sedã médio foi completamente renovado, ficando maior, com visual mais fluído e muito mais tecnológico: Confira as primeiras impressões.
Apresentada no mercado internacional em maio do ano passado, a nova geração do BMW Série 5 se destaca pelo porte: o BMW i5 2024 é quase dez centímetros mais comprido que o Série 5 antecessor. Agora são 5,06 metros de comprimento, 32 mm em largura adicionais (para 1,90 m), e 36 mm em altura (total de 1,51 m). A distância entre eixos foi aumentada em 20 mm e chegou aos 2,99 metros.
Sem exageros
O visual é todo novo, mas o novo Série 5 elétrico não abandonou o DNA que sempre caracterizou a linha. Nesse ponto, o i5 não foi tão ousado como o i7, apostando em algo menos 'disruptivo'. Visto de frente, destaque para os faróis angulares e a grade de rim duplo da BMW fica mais avançada e conta com um contorno que pode ser iluminado. Elementos de LED como piscas e luzes diurnas estão dispostos quase verticalmente.
Olhando a lateral, há linha de cintura mais alta, saias pintadas de preto, maçanetas embutidas e um número 5 em relevo na base das colunas B e C. Atrás, para-choques com refletores verticais e lanternas horizontais e estreitas dão o tom: discreto e elegante.
Tradição e modernidade
Como era de se esperar de um BMW desse segmento, ao entrar na cabine a sensação é de um carro moderno e bem acabado, seja pela aparência ou percepção de qualidade. Entre os destaques, há uma faixa com iluminação indireta que percorre todo o painel e portas dianteiras, elementos em fibra de carbono no painel. Merece comentário o conjunto de telas BMW Curved Display (quadro de instrumentos de 12,3" + tela de entretenimento de 14,9") que ficam em posição mais baixa que nos BMWs elétricos mais recentes, a meu ver melhor em termos de estética e ergonomia.
O BMW i5 também adota o conceito Shy Tech, que estreou no BMW iX, que possibilita controlar as funções do carro por comandos de voz, gestos, tato ou da forma mais tradicional, por meio dos botões no console central. E falando exclusivamente do quadro de instrumentos configurável, destaque a imagem da câmera dianteira com ótima resolução e as indicações claras e intuitivas dos assistentes de condução.
E assim como o irmão menor i4, o novo i5 também possui o BMW IconicSounds Electric, que emula um ronco quando você pisa no acelerador, chave virtual e sistema de som premium da Bowers & Wilkins com 17 alto-falantes espalhados pela cabine.
600 cv "ecológicos"
O novo BMW i5 recebe a propulsão elétrica de quinta geração (Gen5) com amplas melhorias. No caso, uma unidade de potência com dois motores síncronos excitados (um em cada eixo) para um total de 442 kW ou 601 cv de potência combinada e torque máximo de 83,6 kgfm, suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos segundo a BMW.
No test-drive, dirigimos de São Paulo a Riviera de São Lourenço, na Bertioga. Trânsito pesado na saída da cidade, mas pegamos a estrada mais livre, suficiente para experimentar um pouco do que os 600 cv "elétricos" do i5 são capazes de fazer.
Como eu já havia dirigido a maioria dos modelos da linha elétrica da BMW, havia uma certa previsão para este novo 'Série 5 elétrico'. Mas na hora 'H' veio a surpresa: o i5 é muito mais brutal do que eu esperava. E a melhor parte, acelera com vigor e fica colado no asfalto, fazendo curvas e mudando rápido de faixa como se estivesse sobre trilhos.
Não basta ter 600 cv, é preciso ter "responsabilidade" ao despejar essa potência e ajudar o motorista a manter o controle da máquina, mesmo quando o pé afunda no acelerador. E nisso o i5 é extremamente competente. E mais: tudo isso sem sacrificar o conforto ao rodar no asfalto ruim de boa parte de nossas ruas. Mérito da suspensão pneumática bem calibrada, o que garante um ótimo compromisso nos diferentes modos de condução
A regeneração é definida pela tela sensível ao toque: além da regeneração adaptativa, há níveis alto, médio e baixo. No uso normal, a opção adaptativa vai bem e consegue se antecipar às condições do trânsito para otimizar a eficiência. Vale dizer que o assistente de condução atua de forma precisa e sem ser invasivo: está sempre por perto, mas não 'incomoda' o motorista com intervenções bruscas, o que agradou bastante.
Galeria: BMW i5 M60 xDrive 2024 - Primeiras impressões
Bateria e recarga
A bateria do i5 é composta por quatro módulos com 72 células cada e três módulos com doze células cada. A capacidade bruta é de 83,2 kWh (81,2 kWh líquidos) e o alcance pelo padrão Inmetro é de 390 km com uma carga. No uso normal é um número plausível, mas se pisar fundo na estrada ficará abaixo disso. No entanto, há uma novidade como a função Max Range, o alcance pode ser aumentado em até 25% em caso de emergência, se necessário. No entanto, a velocidade máxima é reduzida para 90 km/h e o ar-condicionado é desativado.
O BMW i5 permite o carregamento AC com uma potência de até 22 kW. Caso opte pelo carregamento doméstico, com a BMW Wallbox configurada para oferecer 22kW de potência, a recarga completa leva 4h15. Em DC, a bateria pode ser carregada com potência de até 205 kW, sendo possível recarregar a bateria do BMW i5 de 10 a 80% em 30 minutos.
Bem resolvido
E o veredito é que o novo BMW i5 M60 é um sedã elétrico muito bem resolvido. É um BMW 'raiz' e ao mesmo tempo traz inovações importantes. Consegue entregar alto desempenho com ótimo comportamento dinâmico, conforto para rodar na cidade, tecnologia de ponta e assistentes de última geração. Esta à frente do Mercedes-Benz EQE no quesito dirigibilidade e comportamento dinâmico, lembrando que o Mercedes é vendido por aqui em uma configuração "mais mansa", e não é exagero dizer que é o melhor modelo elétrico da divisão M até agora. Por R$ 759.950, não é exatamente barato, mas ainda assim ele se destaca no segmento pelo nível de entrega.