O Volkswagen Golf GTE demorou tanto para chegar ao Brasil que já ganha uma nova geração na Europa, alinhada com o novo Golf. A versão híbrida de alto-desempenho é revelada pouco antes do Salão de Genebra (Suíça), junto com o esportivo GTI e a variante diesel GTD, recebendo melhorias no motor 1.4 TSI e no conjunto de baterias. Oficialmente, a fabricante não diz quando trará o novo Golf GTE ao Brasil, mas Motor.1com apurou que ele pode ser revelado ainda neste ano, no Salão do Automóvel.
Visualmente, o novo VW Golf GTE segue a linha do hatch médio em sua oitava geração. Seus faróis tem novo formato e acompanham a entrada mais fina. Assim como o GTI e o GTD, o híbrido plug-in tem um para-choque próprio, com uma grade colmeia e as luzes de neblina integradas nas pontas. Uma forma de diferenciar o GTE das outras versões esportivas é a linha azul que interliga os faróis – que no GTI é vermelha e cinza no GTD.
Já a traseira é idêntica ao da versão comum do hatchback. O interior também é muito próximo do Golf convencional, mantendo as mesmas linhas e equipamentos. A única mudança está na região onde ficaria a alavanca da transmissão, substituída por um controle pequeno que ocupa bem menos espaço.
Acompanha a mudança na lista de equipamentos do Golf e tem a mesma oferta que a versão mais cara do hatch. Conta com ar-condicionado automático de duas zonas, carregador wireless para smartphone, faróis e lanternas em LED, assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência, comunicação Car2X com outros veículos e infraestrutura de trânsito, central multimídia com tela de 10”, pedais metálicos e rodas de 17” com desenho exclusivo. O painel de instrumentos Digital Cockpit é de série em todas as versões, mas com uma cor específica para cada modelo – no caso do GTE, com azul como tom predominante.
A motorização ainda é composta pelo 1.4 turbo de quatro cilindros e 150 cv, agora combinado a um motor elétrico de 116 cv (85 kW), um aumento de 14 cv (10 kW) sobre a geração anterior. A marca melhorou a forma como os dois trabalham em conjunto, conseguindo uma potência máxima de 245 cv e 40,7 kgfm – são 41 cv e 5 kgfm mais do que o Golf GTE vendido no Brasil atualmente. Trabalha com o câmbio DSG de dupla embreagem e 6 marchas.
Além de melhorar a entrega de potência em torque, a Volkswagen colocou novas baterias no hatch, agora com capacidade de 13 kWh, 50% mais do que os 6,9 kWh de capacidade de armazenamento efetiva do Golf GTE (contra os 8,8 kWh nominal). Na prática, a marca diz que isso eleva a autonomia no modo elétrico para cerca de 60 km, 10 km a mais do que o modelo anterior. Ainda tem melhorias na aerodinâmica e no gerenciamento do motor. A fabricante não revelou qual é o rendimento pelo pelo ciclo de testes WLTP usado na Europa, lembrando que o GTE anterior fazia o equivalente a 50 km/litro no modo híbrido.
Por usar um sistema híbrido plug-in, o Golf GTE pode ser recarregado por uma tomada, embora a Volkswagen não comente sobre o tempo necessário para reabastecer as baterias. Caso esteja longe de um wallbox, o motorista pode recarregar com o movimento do carro, embora demore muito mais, e pode manter o nível da bateria através de um novo sistema. Assim, é possível pegar uma estrada usando apenas a combustão e guardar a autonomia elétrica para o trânsito na parte urbana. O Golf ainda poderá usar a rota do GPS para adaptar o uso da bateria e garantir que ainda terá carga o suficiente quando chegar ao destino.
Vale lembrar que o GTE nao é a única opção híbrida plug-in do Golf. A marca manteve uma opção mais em conta, chamada eHybrid, que usa o mesmo conjunto que o GTE vendido atualmente, com 204 cv de potência total, mas já com o novo conjunto de baterias. A ideia é que o GTE seja uma opção mais esportiva, equivalente ao GTI, enquanto o eHybrid será um modelo de maior volume.
A boa notícia é que a chegada do novo VW Golf GTE não deve demorar tanto assim. Motor1.com conversou há alguns meses com Pablo Di Si, presidente da Volkswagen para América Latina, e questionou se o carro poderia chegar ao Brasil já em 2020. O executivo desconversou, sem querer confirmar ou desmentir, resposta comum quando há planos a respeito, mas que não podem ser ditos ainda. E, como a estratégia da marca eliminou as versões normais e GTI do hatch médio no Brasil, resta apenas o GTE como uma vitrine de tecnologia.
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