Volkswagen 'dobra a meta' de vendas de carros elétricos para 2030
Novo plano estratégico ainda engloba foco no software e popularização da condução autônoma
Desde que o lançou o seu amplo plano estratégico de eletrificação em 2016, a Volkswagen periodicamente tem feito ajustes e incorporado novas diretrizes rumo a um futuro elétrico e digital. Agora, a marca revela o ACCELERATE, que tem como objetivo transformar a "marca mais atraente para a mobilidade sustentável".
Com esta nova estratégia, a montadora alemã quer acelerar sua transformação em um provedor de mobilidade orientada por software, que segundo a empresa, se tornará uma de suas competências principais. Esta iniciativa complementar à eletrificação da frota tem foco na integração do software no veículo e na experiência digital do cliente.
Galeria: Volkswagen ID.4 - produção em série em Zwickau
Além disso, a Volkswagen também anuncia grandes esforços e investimentos para que a disseminação da condução autônoma aconteça antes do final da década.
"A mobilidade elétrica foi apenas o começo: a verdadeira ruptura ainda está por vir. Com nossa estratégia vamos ACELERAR em direção ao futuro digital", disse Ralf Brandstätter, CEO da Volkswagen."Nos próximos anos, mudaremos a Volkswagen como nunca antes."
Integração de software
Sobre a integração de software, a Volkswagen está liderando o desenvolvimento do ecossistema digital centrado no cliente com a linha de carros elétricos ID. O projeto tem como objetivo fornecer atualizações "over-the-air" a cada 12 semanas a partir de meados de 2021.
Com isto, os carros elétricos serão atualizados durante todo o seu ciclo de vida, sendo aprimorados constantemente com novas funções. A Volkswagen espera atingir uma frota conectada de mais de 500.000 veículos em apenas dois anos.
Isso representa uma mudança profunda na complexidade da produção e uma redução na quantidade de modelos e versões. A configuração individual não será mais definida por meio do hardware, mas sim por meio do software, uma vez que os clientes podem adicionar funções desejadas sob demanda a qualquer momento usando o ecossistema digital do veículo.
Meta de vendas de carros elétricos em 2030
Este novo plano estratégico também amplia as metas de vendas: em 2030, a empresa pretende que 70% de suas vendas sejam de carros elétricos na Europa - o dobro da meta anterior de 35%.
Nos Estados Unidos e na China, a meta é de uma participação de veículos elétricos de mais de 50% no mesmo período. Para alcançar o objetivo, Volkswagen vai lançar pelo menos um novo carro elétrico por ano:
O ID.4 GTX com tração nas quatro rodas será lançado no primeiro semestre de 2021, seguido pelo esportivo ID.5 no segundo semestre. O ID.6 X/Cross, um SUV elétrico de sete lugares para o mercado chinês, será lançado em 2022. Logo depois será a vez do ID. Buzz, que terá versão comercial e de passageiros.
No entanto, os planos para o carro elétrico mais barato da marca, que será posicionado abaixo do ID.3 com um preço de entrada na faixa de 20.000 euros (R$ 135.600), acabou sendo adiado para 2025.
Carro autônomo para todos
Com a implementação de melhorias continuas na plataforma MEB, a Volkswagen se prepara para desenvolver um carro elétrico de alto desempenho e com condução autônoma: o Trinity, que será o carro-chefe e vitrine tecnológica da marca.
Inicialmente, ele estará disponível com condução autônoma nível 2 e posteriormente estará habilitado para o nível 4. A partir deste ponto, a marca alemã pretende começar a popularizar os carros autônomos:
"O Trinity se tornará uma espécie de máquina do tempo para nossos clientes, economizando tempo e estresse. No entanto, essa tecnologia não deve se tornar um privilégio de uma elite, e é por isso que a estamos dimensionando para torná-la disponível para muitas pessoas", disse Ralf Brandstätter.
O volume de 6 milhões de veículos elétricos por ano em 2026 dará à Volkswagen a escala necessária para poder disseminar a condução autônoma, cujo desenvolvimento é mais complexo e implantá-la no mundo inteiro. Com o Trinity, a empresa poderá estabelecer uma ampla rede na qual os veículos trocarão dados continuamente, por exemplo, sobre a situação do tráfego, obstáculos ou acidentes. Isso permitirá a criação de um sistema de autoaprendizagem com milhões de veículos.
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