Alvo constante de discussões, a questão das emissões nocivas do ciclo dos carros elétricos (desde a produção da bateria até o fim da vida útil) foi debatida mais uma vez durante um webinar viabilizado pela Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME).
Na ocasião, foi destacado mais uma vez que o o nível de emissões do ciclo de vida de carros elétricos é sempre menor que o de veículos com motores a combustão. O presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e diretor de marketing e sustentabilidade da BYD, Adalberto Maluf disse:
"Se fala muito em ciclo de vida de emissão das baterias. A maior parte delas é fabricada na Ásia, e a China em especial ainda tem uma matriz predominantemente a base de carbono. Mas a maior parte dos estudos mostra que a bateria tem um saldo positivo. No ciclo de vida, o veículo elétrico sempre é melhor do que o carro a combustão", destacou o executivo.
Uma pesquisa divulgada recentemente pela Agência Internacional de Energia (AIE) indicou que a energia produzida para abastecer a frota global de automóveis elétricos foi responsável pela emissão de 51 megatoneladas de carbono, aproximadamente a metade do volume gerado por uma frota semelhante de veículos movidos a combustão, impedindo a emissão de 53 megatoneladas.
O relatório aponta que, de forma a assegurar que os automóveis tenham um melhor proveito do seu potencial de mitigação de mudança climática, é preciso diminuir a intensidade das emissões de CO2 na produção de energia. O estudo prevê que, em 2030, as emissões de CO2 do ciclo de vida dessa frota serão expressivamente menores do que as de veículos que utilizam motores de combustão interna.
Dona da maior frota de veículos elétricos no mundo, a China ainda possui uma matriz elétrica com forte dependência de fontes fósseis. No entanto, Maluf assinala que as indústrias mais modernas do país já utilizam a geração renovável. "A maior parte da energia que abastece as fábricas de bateria da BYD vem de fontes renováveis, até porque a companhia também produz painéis solares."
"É uma tendência muito grande. Se eu vender bateria para uma grande montadora europeia, ela vai querer saber quanto CO2 tem naquele produto. A economia chinesa tem uma predominância de carvão, mas algumas indústrias de ponta, que desenvolvem essas novas tecnologias, não têm tanto CO2. É claro que a China tem lição de casa a fazer, mas é o país que mais gera energia limpa no mundo", acrescentou o executivo.
Além disso, Maluf relatou que a matéria-prima usada hoje em dia para a produção de baterias de carros elétricos, como o ferro e o lítio, conta com grandes reservas ao redor do mundo. “A indústria caminha para químicas mais seguras. As baterias de lítio que são usadas em veículos são quase todas recicladas”.
Siga o InsideEVs Brasil no Twitter
Siga o InsideEVs Brasil no Facebook
Siga o InsideEVs Brasil no Instagram
Fonte: Portal Solar
RECOMENDADO PARA VOCÊ
China e União Europeia podem chegar a acordo sobre carros elétricos
O que a Fórmula E pode trazer de benefício para os carros elétricos?
"Ele não sabe fazer baterias": diretor da CATL critica Elon Musk
Abarth irá focar em carros elétricos na Europa; Brasil é dúvida
BYD ampliará investimentos para acelerar construção de fábrica na Bahia
BYD King sai por menos de R$ 150 mil em promoção de Black Friday
Electric Days: Energy Source já trabalha com montadoras reparo de baterias