Cada vez mais envolvida com o desenvolvimento de carros elétricos, a Volkswagen realmente não tem interesse nos carros com célula de combustível a hidrogênio. Nesta semana, o CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, disse que os carros a hidrogênio não são a solução para um futuro com mobilidade livre de emissões.
"Está provado que o carro a hidrogênio NÃO é a solução para o clima", escreveu Diess no Twitter. "No transporte, a eletrificação prevaleceu. Debates falsos são uma perda de tempo. Por favor, ouça a ciência!"
Não é a primeira vez que o chefão do Grupo Volkswagen faz esse tipo de afirmação e desta vez o alerta vem com base em estudo recente do Potsdam Institute - Climate Impact Research (PIK).
*Audi H-tron Quattro Concept - conceito de carro com célula de combustível a hidrogênio apresentado em 2016
Em linhas gerais, o estudo conduzido pelo instituto alemão concluiu que o desenvolvimento de automóveis de passageiros à base de hidrogênio seria prejudicial ao clima, representando um aumento e não uma redução de emissões de gases estufa em comparação com os atuais a combustão, ao menos por enquanto.
Os pesquisadores do instituto disseram que os combustíveis à base de hidrogênio são ineficientes, caros e a disponibilidade das matérias-primas necessárias não é confiável, recomendando que os veículos elétricos movidos a bateria sejam o foco de uma estratégia de mobilidade verde.
Desde o início da transição energética, a Volkswagen esteve mais focada nos carros elétricos e não mostrou grande interesse em carros com células de hidrogênio. Há cerca de um ano, a montadora alemã chegou a publicar uma comparação entre os dois tipos de propulsão, concluindo que os FCV (Full Cell Vehicles) são "muito ineficientes - tanto em termos de eficiência quanto de custos operacionais".
Em um movimento oposto, o CEO da Volkswagen América do Sul e Brasil, Pablo Di Si, tem se manifestado a favor uma tecnologia que ainda está em desenvolvimento: a célula de combustível a etanol.
Trata-se uma opção que pode ser mais cômoda que a célula de combustível a hidrogênio convencional, pois não precisa de reabastecimento, já que o processo químico de transformação do etanol em hidrogênio ocorre no próprio veículo.
Além do executivo da Volkswagen, grandes empresas nacionais e do setor de etanol apoiam o desenvolvimento desta tecnologia como uma solução que seria mais adequada ao nosso mercado e que poderia colocar o Brasil em papel de destaque no cenário da transição energética com o 'carro elétrico a etanol'.
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Fonte: AutoNews, Handelsblatt
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