Toyota terá carro híbrido flex abaixo do Corolla no Brasil
Em entrevista à Folha, presidente da Toyota na América Latina falou dos planos da marca para o Brasil e toda a região
Primeira montadora a lançar um carro híbrido flex no mundo, a Toyota trabalha para incluir o Brasil na estratégia mundial de neutralidade de emissões. Ao mesmo tempo, a marca japonesa procura expandir a oferta global de veículos elétricos, híbridos e a hidrogênio, traçando uma estratégica específica e mais adequada ao mercado nacional.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Masahiro Inoue, presidente da Toyota para a América Latina e Caribe deu mais detalhes sobre o planos da montadora para a neutralidade em emissões e também para a transição energética, que inclui os carros elétricos e a células de combustível a hidrogênio, mas continua apostando forte nos híbridos e híbridos plug-in.
Galeria: Toyota Raize
Falando especificamente do Brasil, Masahiro Inoue disse que a propulsão híbrida é a melhor opção para acelerar a eletrificação em nosso mercado. Graças à tecnologia híbrida flex desenvolvida pela Toyota é possível aproveitar os benefícios ambientais do etanol, abundante no país, e ao mesmo tempo dispensar os altos investimentos para criar uma rede de carregamento, necessária no caso da adoção em massa dos carros elétricos.
"O Brasil adotou o etanol há 40 anos, é praticamente carbono neutro, as emissões aparecem apenas na hora de produzir o combustível. Temos que aproveitar a tecnologia que já existe no país, não adianta investir muito dinheiro para produzir baterias."
Questionado sobre a possibilidade do país se tornar um pólo exportador da tecnologia híbrida flex, o executivo fez algumas ressalvas mas citou o exemplo da Índia, que tem grande interesse nessa tecnologia e não possui infraestrutura para implantá-la, o que poderia abrir uma janela de oportunidade para o Brasil.
Galeria: Toyota Yaris Cross - produção
Sobre as células de hidrogênio a etanol, uma tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Nissan em parceria com o INPE e que conta com o apoio de algumas montadoras, Masahiro diz que é algo muito atraente, mas destaca os custos elevados de seu desenvolvimento. O executivo diz que não vê o país produzindo hidrogênio verde a custo razoável antes de 15 ou 20 anos.
Por fim, quando questionado sobre o lançamento de um novo carro híbrido flex para o nosso mercado, o executivo respondeu de forma afirmativa:
A Toyota, mundialmente, vai oferecer produtos eletrificados, seja híbrido, híbrido plug-in ou com célula de combustível. No Brasil teremos um carro pequeno com tecnologia híbrido flex.
Ainda não podemos afirmar com certeza qual seria este próximo compacto híbrido flex, mas considerando as opções disponíveis no portfólio da Toyota, as principais apostas recaem sobre o compacto Toyota Yaris (hatch e sedã), que passaria por uma reformulação na estrutura para receber um trem de força híbrido.
Além disso, temos o Toyota Raize, um SUV urbano de 4 metros de comprimento lançado recentemente na Ásia, que pode ser inicialmente importado (a considerar o câmbio desfavorável no momento) e em um segundo momento produzido localmente. A última opção, menos provável, fica por conta do Toyota Yaris Cross, mais um SUV compacto, mas construído sobre a plataforma TNGA e com um perfil voltado ao mercado europeu.
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Fonte: Folha de São Paulo
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