No início de maio de 2021, a Chery anunciou pela terceira vez sua intenção de instalar uma fábrica na Argentina. Na ocasião, o presidente da empresa automotiva Yin Tongyue, na província chinesa de Anhui, informou ao embaixador argentino Sabino Vaca Narvaja a intenção de avançar com um projeto industrial para a produção de veículos elétricos no país vizinho.
Oito meses depois, Vaca Narvaja foi quem declarou em uma entrevista publicada pelo portal elDiarioAR, que a Chery construiria uma fábrica de carros verdes na Argentina e se estabeleceria em Santa Fé, e o anúncio seria feito no âmbito da viagem à Rússia que o presidente Alberto Fernández terá na próxima semana.
Coincidência ou não, o Congresso argentino anunciou ontem que se reunirá em fevereiro para discutir em sessões extraordinárias um conjunto de 18 projetos de lei (que o partido no poder espera aprovar em apenas um mês) entre os quais estão a chamada Lei da Eletromobilidade, que poderia definir o futuro da indústria automotiva argentina.
A Chery foi a primeira marca chinesa a se estabelecer no país, em 2008, e hoje é a única do gigante asiático consolidada no mercado com mais de 50 mil unidades vendidas nesses quatorze anos. Atualmente comercializa na Argentina os modelos Tiggo2 e Tiggo4, e na China, a montadora já oferece uma gama de três veículos elétricos: EQ1, EQ2 e EQ5.
A família Macri é o principal protagonista desta história, pois são os donos do Grupo Socma (também integrado pela DFSK e pela JAC Motors). Franco Macri, que morreu em 2019, anunciou em 2008 um investimento de 500 milhões de dólares para instalar uma fábrica da Chery na província de Buenos Aires e em julho de 2009 fez o mesmo anúncio, embora para a província de Chaco. Projetos industriais que nunca se concretizaram.
As únicas fábricas que a Chery possui na América Latina, juntamente com o Grupo Caoa, estão localizadas em Jacareí (SP) e Anápolis (GO). A unidade no estado de São Paulo foi inaugurada em 2015 após um investimento de 530 milhões de dólares, incluindo também a fábrica de motores Actecto, enquanto que a unidade de Goiás produz modelos da Chery e também da Hyundai.
Por aqui, há chances da Chery lançar ainda em 2022 o pequeno Chery eQ1, o subcompacto elétrico focado no uso urbano que pode ter até 400 km de autonomia. Segundo apurado, a marca chinesa promete trazer o modelo como o elétrico mais acessível do país, o que pode esquentar a briga em um segmento que já conta com o JAC e-JS1 e também terá o Renault Kwid elétrico em breve.
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