A Honda anunciou que irá investir cerca de US$ 40 bilhões nos próximos 10 anos para fazer a transição para os carros elétricos e zero emissões. O anúncio da montadora japonesa indica um novo impulso em termos de eletrificação e contempla o lançamento de 30 veículos elétricos ao redor do mundo até 2030.
Com o investimento e os futuros lançamentos anunciados, a Honda tem como meta produzir 2 milhões de veículos elétricos por ano até o fim da década, ou seja, 40% de sua capacidade total prevista de 5 milhões de veículos. Além disso, assim como outras grandes montadoras tradicionais têm feito, a marca japonesa fala em uma nova orientação dos negócios, mais voltada para software e serviços conectados.
As metas ambiciosas foram anunciadas nesta terça-feira (12) pelo CEO da Honda Motor, Toshihiro Mibe, durante uma coletiva de imprensa na sede global da empresa em Tóquio.
Para alcançar o objetivo de uma linha sem nenhum modelo a gasolina em 2040, a Honda irá adotar uma abordagem bem diversificada. Enquanto anuncia uma parceria com a GM para produzir veículos elétricos na América do Norte, a marca japonesa trabalha em sua própria plataforma elétrica, que deve ficar pronta em meados da década.
Em outra frente, a Honda firmou parcerias para o fornecimento de baterias para seus veículos elétricos. Com a GM nos Estados Unidos, para as baterias Ultium, enquanto que no Japão se juntou à Envision AESC e na China com a CATL, a maior produtora atual dos acumuladores. Além disso, também há projetos para sistemas de troca de bateria.
O cronograma de lançamentos de 30 veículos elétricos até 2030 será dividido em duas etapas:
A partir deste momento até meados da década, a Honda irá lançar novos modelos adaptados às características de cada região. Como exemplo, temos os Estados Unidos, onde a marca firmou uma parceria com a GM para desenvolver dois SUVs elétricos de médio/grande porte previstos para 2024.
No mercado chinês o passo é mais acelerado e a marca japonesa irá lançar um total de 10 novos veículos elétricos até 2027, enquanto que no Japão está prevista a chegada de um mini carro elétrico para uso comercial ao preço estimado de US$ 8.000 (R$ 37.400) no início de 2024. Em seguida, lançará modelos elétricos urbanos convencionais e SUVs compactos em seu mercado doméstico.
Na segunda fase, após 2026/2027, a Honda começará a lançar os carros elétricos desenvolvidos em sua própria arquitetura, chamada Honda e:Architecture EV, que integra a plataforma de hardware e software. Estes terão alcance global e devem chegar aos demais mercados.
Outra novidade é que ela servirá de base para dois inéditos carros elétricos esportivos. A montadora diz que esses modelos irão incorporar sua "mentalidade esportiva universal e características distintas". Nas imagens do teaser, o carro esportivo emblemático parece ter proporções semelhantes ao NSX com motor médio, sugerindo um retorno para o nome lendário, mas como um veículo 100% elétrico.
Este anúncio global da Honda não detalha os planos de eletrificação para o Brasil, mas recentemente, durante a apresentação da parceria Honda-GM para criar uma linha de carros elétricos acessíveis a partir de 2027, a CEO da GM, Mary Barra, falou em compartilhamento de manufatura, tecnologia e design, inclusive aqui na América do Sul, o que abre possibilidades para uma produção de carros elétricos aqui no Brasil até o final da década.
"A GM e a Honda vão compartilhar o que tem de melhor em termos de tecnologia, design e manufatura para oferecer uma linha atrativa e mais acessível de veículos elétricos em escala global, incluindo nossos principais mercados na América do Norte, América do Sul e China"
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Honda: conhecemos a nova plataforma de carros elétricos da marca
O que a Fórmula E pode trazer de benefício para os carros elétricos?
BMW, Ford e Honda: joint venture e software para otimizar as recargas
Abarth irá focar em carros elétricos na Europa; Brasil é dúvida
Honda diz que não se pode "forçar" os clientes a comprarem carros elétricos
China e União Europeia podem chegar a acordo sobre carros elétricos
BYD ultrapassa Honda e Nissan em vendas, assumindo a 7ª posição global