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Brasil: avanço dos carros eletrificados deveria servir de alerta ao governo

Segundo o presidente da ABVE, o rápido aumento nas vendas de carros elétricos e híbridos deveria servir de alerta às autoridades

Renault Kwid E-Tech

Nesta semana, a ABVE - Associação Brasileira de Veículos Elétricos divulgou o balanço com as vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil durante o primeiro quadrimestre de 2022, com o resultado bastante positivo de 78% de crescimento. E esse rápido aumento deveria servir de alerta às autoridades de acordo com o presidente da ABVE, Adalberto Maluf. 

Segundo Maluf, a preferência cada vez maior dos brasileiros pelos veículos eletrificados deveria servir de alerta às autoridades públicas, em todos os níveis, especialmente no Governo Federal:

"Vemos há mais de dois anos um nítido contraste entre o crescimento dos eletrificados e a queda ou estagnação das vendas de veículos a combustão no Brasil".

"Os números reforçam a necessidade de o governo ter uma clara estratégia de transição rumo à eletromobilidade, pois o mercado brasileiro já fez a sua opção preferencial pelo transporte limpo e sustentável" – acrescentou.

Galeria: Renault Kwid E-Tech

Ainda que o segmento de veículos elétricos e híbridos no Brasil seja pequeno em comparação aos principais mercados em termos de eletrificação, essa tendência de forte crescimento (78% nos últimos quatro meses na comparação com o mesmo período do ano passado) deve ser vista com atenção, ainda mais pelo fato de o mercado como um todo ter amargado uma queda de 23%.

Por outro lado, se considerarmos o avanço mundial da eletrificação da frota o Brasil ainda está bastante atrasado: os veículos elétricos e híbridos plug-in atingiram 9% de participação sobre as vendas globais em 2021, com mais de 6 milhões de unidades vendidas, e poderão chegar a 18% em 2022, chegando a quase 12 milhões de unidades.

Volvo C40 Recharge - Lançamento no Brasil

No Brasil, adotando o mesmo critério e somando apenas os veículos 100% elétricos e híbridos plug-in, deixando de fora os híbridos tradicionais, a participação não chega a 1%, bem distante, portanto, da média global que foi de 9% e caminha para 18% até o fim deste ano. 

Na Alemanha, o maior mercado europeu, os eletrificados (BEV e PHEV) alcançaram 25% de participação nas vendas totais em março último. Na China, no mesmo mês, esses veículos cresceram 118% sobre março de 2021, chegando a 28% de market share.

Segundo o presidente da ABVE, o Brasil não pode ficar para trás na corrida global pela mobilidade elétrica, sob pena de perder competitividade internacional e deixar de criar empregos de qualidade.

"Temos de acelerar as políticas públicas que alinhem a indústria brasileira à tendência mundial de eletrificação do transporte" – concluiu Adalberto Maluf.

Como referência, veja abaixo os dados de participação nas vendas de carros híbridos, híbridos plug-in e elétricos em comparação às vendas totais no Brasil:

Market share por motorização em abril 22:

  • Híbridos: 1,5% (1.966, sobre 136.341).
  • Híbridos plug-in: 0,5% (700, sobre 136.341).
  • Elétricos: 0,3% (457, sobre 136.341).

Fonte: ABVE