Após muita expectativa, o Brasil pode finalmente entrar de forma decisiva no mercado mundial de lítio para as baterias de carros elétricos. De acordo com a matéria publicada pela Bloomberg, a mineradora Sigma Litihum emergirá como uma das maiores produtoras globais do metal.

A Sigma Lithium declarou que os resultados do seu programa de perfuração em Minas Gerais confirmam que a mineradora se colocará no mercado como uma das maiores produtoras mundiais de lítio - esse projeto marca a entrada do Brasil no mercado global de lítio para baterias. 

Montagem da bateria na unidade de produção de baterias da Volkswagen em Chattanooga, Tennessee

Segundo um comunicado oficial da empresa, o projeto chamado Grota do Cirilo tem previsão para entrar em operação no início de 2023 a uma taxa anual de 37.000 toneladas de carboneto de lítio, sendo que a partir de 2024 essa taxa passaria para cerca de 72.000 toneladas/ano. 

A Sigma Lithium é uma mineradora com sede em Vancouver, no Canadá e é controlada pelo fundo de private equity brasileiro A10 Investimentos. Se tudo ocorrer conforme o previsto, a empresa que atua em Minas Gerais tocará o maior projeto de extração de lítio em rocha das Américas.

"Vamos colocar o Brasil no mapa"

Ana Cabral Gardner, co-CEO da Sigma Lithium 

Segundo maior produtor global de ferro, o Brasil tem diversos projetos e pesquisas para se inserir no mercado global de minerais fundamentais para a transição energética. O país é exportador de níquel e também avança no nióbio, ambos utilizados na composição das baterias para veículos elétricos. 

Plataforma GM Ultium

No caso do lítio, atualmente os líderes globais em produção são a Austrália, Chile e China. O Brasil também tem outras empresas envolvidas nesse objetivo, como o CBL (Companhia Brasileira de Lítio). 

O grande impulsionador desse mercado é o mercado de baterias para veículos elétricos, uma transição que avança a passos largos. Como exemplo, em 2021 foram vendidos 6,6 milhões de carros elétricos no mundo inteiro, sendo que apenas no primeiro trimestre de 2022 foram 2,0 milhões de unidades, um aumento de 3/4 na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

Com o lançamento de novos modelos de veículos elétricos e mais políticas de incentivos, onde cada mercado tem um ritmo diferente de transição, a mobilidade elétrica demandará de forma inevitável aumentos exponenciais na quantidade de lítio para as baterias.  

Trata-se de um anúncio importante, mas para ocupar um papel decisivo no novo cenário global de energia limpa, mobilidade elétrica e zero emissões, o país ainda precisa dar um passo adiante rumo ao desenvolvimento local de tecnologias, baterias, componentes e até mesmo veículos elétricos. 

Fonte: Bloomberg