A transição energética e de que forma ela será feita é um dos grandes temas do momento. Para explicar um pouco mais de sua estratégia e visão nesse campo, a Toyota trouxe ao Brasil veículos com os quatro tipos de propulsão disponíveis em sua linha: híbrido flex, híbrido plug-in, totalmente elétrico e a célula de combustível.
Em uma apresentação realizada na fábrica de Sorocaba (SP), da qual o InsideEVs Brasil participou, a Toyota expôs sua visão de transição energética e os vários desafios que essa mudança representa aqui no Brasil. Em linhas gerais, a divisão brasileira segue as diretrizes globais que não vê apenas uma saída para a eletrificação, mas sim as diversas tecnologias de propulsão convivendo juntas.
A montadora entende que o carro elétrico não é a única solução para a descarbonização, nem nos mercados externos, nem por aqui. E falando especificamente do Brasil, a Toyota ainda aposta pesado na propulsão híbrida flex, disponível atualmente nos modelos Corolla e Corolla Cross - a tecnologia inédita no mundo foi desenvolvida no país e lançada em 2019.
A marca japonesa destaca que esse tipo de propulsão é adequada para mercados onde ainda há uma infraestrutura para veículos elétricos e elenca entre as vantagens do híbrido flex uma redução de até 70% nas emissões do poço à roda se comparado com um veículo tradicional a gasolina.
No evento, a marca também mostrou um Prius PHEV, a versão híbrida plug-in que é vendida em alguns mercados globais (no Brasil o Prius foi vendido apenas na versão híbrida convencional). Nesse tipo de propulsão, a vantagem fica por conta de uma bateria maior que pode ser recarregada na tomada, o que permite rodar por curtas distâncias no modo 100% elétrico e ainda amplia a autonomia total, que no caso de um RAV4 PHEV pode superar os 1.000 km.
E ainda que não tenha confirmado nenhum carro elétrico para o Brasil, ao menos nesse primeiro momento, a Toyota também trouxe para demonstração um Lexus UX 300e, o primeiro veículo totalmente elétrico da marca premium, um SUV com 204 cv de potência, 30,6 kgfm de torque e autonomia de 315 km com uma carga pelo padrão WLTP.
Por último, a novidade foi o Toyota Mirai, o primeiro carro movido a célula de combustível de hidrogênio com produção em série da marca japonesa. Ele possui as tecnologias mais recentes da marca, mas sua produção ainda é cara e depende de muitos incentivos para ser viável, sem contar a necessidade de uma rede de distribuição de hidrogênio.
No fim, o objetivo da marca é mostrar o que ela já tem no seu portfólio em termos de tecnologia de propulsão e que podem ser oferecidas em cada mercado de acordo com suas peculiaridades.
Falando especificamente do Brasil, ainda enxergamos que os híbridos flex serão a prevalência por um bom tempo, com o passo seguinte sendo dado com os híbridos plug-in, segundo a própria Toyota. A marca explica que ainda não é o momento de termos carros 100% elétricos por uma série de motivos, entre eles a falta de infraestrutura e o perfil mais urbano desses veículos, isso na visão da montadora.
No entanto, a própria Toyota diz que 'o cliente é quem decide' e nesse sentido seria interessante a marca dar um passo adiante e oferecer mais opções de propulsão, deixando os consumidores optarem pelo que for mais conveniente à realidade de cada um. De fato, em 2025 a montadora japonesa anuncia que todos os seus modelos terão pelo menos uma versão eletrificada, então, de uma forma ou de outra, muitas mudanças rumo à eletrificação devem ocorrer em breve.
Fotos: Gilberto Soares / Autor
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