SUVs irão 'morrer' com o avanço dos carros elétricos; entenda
CEO da Citroën diz que essa mudança já começou devido ao maior peso e pior aerodinâmica dos utilitários esportivos
Considerados a febre do momento, os SUVs podem não ter um futuro tão promissor quanto se espera. Essa é a opinião do CEO da Citroën, Vincent Cobée, que afirma que os utilitários esportivos, da forma que conhecemos, não conseguirão sobreviver com o avanço dos carros elétricos. Mas o que há por trás disso?
"O mundo dos SUVs acabou", afirma, embora admita que neste momento os "números não estão me dizendo que estou certo".
Tal afirmação parece estranha nos dias de hoje, o que é comprovado pelos números de participação de SUVs no mercado, respondendo por mais da metade das vendas em vários países. Mas o executivo faz algumas considerações importantes: ele cita que muitos sedãs ou hatchbacks ficam 'um pouco mais altos' e são chamados de crossovers (ou SUVs) para impulsionar as vendas.
Galeria: Citroen e-C4 X (2023)
O número um da marca francesa falou sobre suas expectativas durante uma entrevista ao site britânico Auto Express, que teve como tema o recém-lançado Citroën e-C4 X, um modelo que justamente se destaca pelo visual que mistura estilos (sedã/crossover).
Cobée explica que as montadoras se afastarão dos SUVs por um motivo principal: a aerodinâmica.
"Em um carro elétrico a bateria, se a sua aerodinâmica estiver errada, a penalidade em termos de alcance é enorme. Você pode perder 50 quilômetros entre a boa e a má aerodinâmica, e entre um SUV e um sedã você está falando de 60/70/80 quilômetros com muita facilidade."
Para compensar a pior aerodinâmica dos SUVs, muitos fabricantes optaram por baterias maiores, a exemplo de BMW iX e i4, por exemplo, onde o sedã tem um pacote menor e alcance bem próximo ao do utilitário. No entanto, essa tendência não deve durar, com as montadoras migrando para baterias menores, seja por questões de custos, evolução de tecnologia, redução do tempo de carregamento e uso mais racional dos carros elétricos.
"As pessoas vão começar a limitar o peso e o tamanho das baterias, seja através de impostos, incentivos, regulamentação e até vergonha", afirmou.
O executivo continua argumentando que se trata de uma mudança de percepção sobre os veículos. Enquanto a clise climática se aprofunda, parece que ter um carro muito grande ou que consome muita energia será cada vez menos legal do ponto de vista de amigabilidade do meio ambiente.
"Na década de 1970, um carro pesava 700 kg. Hoje, um carro médio pesa 1300 kg. Amanhã, um carro médio pesará duas toneladas. Então, estamos usando três vezes mais recursos para entregar o mesmo serviço, apenas para ser 'verde'."
Nesse ponto, ele compara uma pessoa que vai todo dia ao escritório e carrega uma mochila gigante com vários itens que não serão usados em um único dia. Então por que você iria querer um carro com uma bateria gigante se você só irá usar parcialmente?
Para compensar isso (carros elétricos com baterias menores), Cobée afirma que a Citroën apostará em ferramentas mais sofisticadas de planejamento de rotas e como medida temporária, empréstimos de carros a combustão para clientes que só precisam percorrer longas distâncias de forma ocasional, um serviço que já está sendo oferecido na França e será ampliado para outros mercados.
Fonte: AutoExpress
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