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Porsche diz que dirigir carros elétricos com um só pedal não é eficiente

Marca alemã acredita que existe uma maneira melhor de economizar energia

porsche taycan gts vermelho (2)

Um hábito para muitos motoristas de carros elétricos é dirigir usando apenas um pedal na maior parte do tempo. Isso é possível porque o motor elétrico entra em ação como um gerador quando você tira o pé do pedal do acelerador, o que faz com que o carro desacelere até quase parar totalmente – momento em que também uma parte da energia é recuperada para a bateria. Mas a Porsche diz que isso não é lá muito eficiente.

Como muitos sabem, essa é uma das vantagens dos carros elétricos, que permitem recuperar uma parte da energia cinética gerada nas desacelerações do carro quando você tira o pé do pedal do acelerador, um recurso que é ainda mais potente em carros com o sistema “One Pedal” como o Nissan Leaf ou o Chevrolet Bolt. Porém a Porsche está trabalhando forte em novos modelos zero emissões e afirma que essa prática não é muito eficiente a longo prazo, dizendo ainda que há uma maneira melhor de economizar bateria: rodar na “banguela” eletrônica o máximo possível.

Porsche Taycan 4 Cross Turismo

Isso porque quando os carros movidos a bateria desaceleram, os motores elétricos “desengatam” para reduzir o arrasto, o que acaba permitindo que o carro fique “solto” e assim não gaste quase que nenhuma energia. É o famoso modo roda-livre ou mesmo a famosa “banguela”, embora praticamente nenhum carro venha com um sistema de transmissão. É tudo feito de forma eletrônica. A Porsche diz que este é “o processo mais natural de permitir que o veículo continue rodando sem energia”.

“Esta é uma maneira mais eficiente de dirigir, porque mantém a energia cinética no veículo”, disse Martin Reichenecker, gerente sênior de testes de chassi da Porsche Engineering, em um recente comunicado à imprensa. A montadora alemã destaca também que dirigir usando um pedal primeiro recupera e só então converte a energia recuperada de volta em propulsão, o que “resulta em duas vezes mais perdas”, acrescenta Reichenecker.

Vale lembrar que no atual portfólio de elétricos da Porsche, formado hoje pelo Taycan e a perua Taycan Sport Turismo, não há o modo de condução usando apenas um pedal. Quem quiser ter um carro movido a bateria da marca de Sttutgart terá que utilizar os dois pedais (acelerador e freio), o que denota que os carros elétricos da marca estão ainda conectados ao modo de dirigir dos carros a combustão.

Apesar disso, é importante dizer que a recuperação de energia de frenagem ainda é bastante importante para o Taycan. Tanto que a Porsche diz que até 90% da frenagem no dia a dia pode ser feita usando apenas os motores elétricos, sem usar o sistema de frenagem hidráulica, ou seja, sem pisar no pedal do freio. Os freios a disco são usados principalmente em velocidades abaixo 5 km/h, situação em que os motores elétricos não têm força de desaceleração suficiente, assim se faz necessário pisar no pedal da esquerda.

Detalhe que em velocidades mais altas um Porsche Taycan Turbo S pode gerar até 290 kW de energia elétrica durante a frenagem, o que é suficiente para recarregar as baterias e assim garantir mais 0,7 km de autonomia, isso depois de apenas 2 segundos de desaceleração.

Outra vantagem da frenagem usando o motor elétrico é que o sistema de freios sofre menos desgaste, já que seu acionamento é feito menos vezes, assim os discos e pastilhas precisam de menos manutenção e os intervalos de troca acabam sendo maiores do que nos carros a combustão. É uma forma de compensação pelo peso extra dos EVs. E você, concorda com a Porsche?