O Brasil ainda está definindo seu caminho na transição energética, mas pesquisas já começam a apontar o enorme potencial do país no cenário futuro de mobilidade sustentável, com destaque para as estimativas de crescimento nas vendas de carros elétricos e eletrificados de um modo geral, bem como seu impacto na demanda por petróleo. 

Segundo as projeções sobre Eletrificação Veicular realizadas pela PwC Brasil, as vendas de veículos elétricos no Brasil terão forte impulso a partir de 2027. Um dos destaques é que os números indicam que o país terá uma frota eletrificada (elétricos e híbridos) de 35 milhões de veículos em 2040. A conclusão inicial é que uma ampla disponibilidade de veículos elétricos, especialmente os veículos comerciais, e um aumento da infraestrutura de carregamento são alguns dos aspectos que podem impactar na velocidade da eletrificação. 

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Menor demanda por petróleo

O estudo da PwC também indica que o avanço da eletrificação implicará em forte queda no consumo de combustíveis fósseis como gasolina e diesel.

Até 2030, serão consumidos menos 8 bilhões de litros de gasolina (12% da demanda atual) e 6 bilhões de diesel (10% da demanda atual). Em 2040, a redução no consumo de diesel deve chegar a 41 bilhões de litros (66% da demanda atual) e a 37 bilhões de litros de gasolina (59% da demanda atual).

“A eletrificação veicular e seus impactos, principalmente, pensando em futuro é um dos principais pontos de discussão para essa pauta. Afinal, existe uma preocupação firmada na indústria de transportes quando se trata do aspecto sustentabilidade e transição energética para operação de baixo carbono”, comenta o sócio da Strategy&, Daniel Martins.

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Aumento das vendas de elétricos

Um dos segmentos que puxará a eletrificação é o de veículos comerciais e transporte coletivo. Estima-se um crescimento de 100% nas vendas de caminhões elétricos urbanos e ônibus elétricos em 2028. 

“Contudo, a viabilidade vai depender da disponibilidade de modelos para todos os nichos de veículo e da capacidade de realizar análises de Total Cost of Ownership (TCO), que significa “Custo Total de Propriedades” e crédito”, completa Martins.

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Além dos furgões, vans e caminhões leves, os caminhões pesados e veículos de passeio elétricos também terão um crescimento acentuado: a expectativa de crescimento é de 79% e 47%, respectivamente, em 2030. Em 2040, os números devem saltar para 97% de eletrificação nas vendas de caminhões pesados e 66% de veículos de passeio.

Segundo o levantamento, 26% da frota de caminhões leves e ônibus estará eletrificada em 2030, enquanto que para os carros de passeio o percentual será de 11% e os caminhões pesados serão 80%.

Avançando para 2040, a frota de caminhões leves e ônibus terá 65% de participação dos elétricos, com 51% para caminhões pesados e 37% para automóveis passeio no mesmo ano.

E por fim, considerando o TCO (Custo Total de Operação), a análise prevê uma alta de até 106% ao ano nas vendas de veículos elétricos entre 2022 e 2029. A função é apresentar o valor integral dos custos ligados a compra e manutenção do veículo durante o seu ciclo de vida.

Fonte: PwC