O Brasil deu mais passo para ampliar sua presença na cadeia global de produção de insumos para baterias de carros elétricos. Nesta segunda (17), a Sigma Lithium iniciou oficialmente a extração de lítio verde (Green Lithium) em escala comercial para atender aos mercados externos, concluindo a transição da fase de desenvolvimento para produção em escala.
Em comunicado oficial, a empresa canadense, que é controlada por um fundo brasileiro, informa que recebeu a licença ambiental e realizou a transição da fase de pesquisa e desenvolvimento para a produção dentro do cronograma no projeto intitulado Grota do Cirilo, que fica na região do Vale do Jequitinhonha, norte de Minas Gerais.
Segundo relatado, a produção inicial atingiu 75% da capacidade instalada no local, com a previsão de que a unidade esteja a plena capacidade até julho deste ano. A primeira remessa deve ser de aproximadamente 15.000 toneladas de lítio verde, com embarque em maio de 2023 - a capacidade inicial nesta fase é de 270.000 toneladas/ano.
Além disso, a companhia informa também que irá comercializar 100% dos rejeitos ultrafinos, aproximadamente 300.000 toneladas que podem ser utilizados em baterias 'menos nobres' e outros tipos de aplicação.
O lítio verde, que é extraído diretamente da rocha, deve atender às especificações premium estabelecidas pelos produtores de baterias para veículos elétricos, conforme dados abaixo:
"A Sigma Lithium foi criada há quase uma década e se propôs a provar que a extração de lítio poderia ser feita de uma forma ambientalmente e socialmente responsável. Atingir este marco desde o desenvolvedor até o produtor é uma conquista incrível e uma prova dos muitos anos de trabalho árduo de toda a equipe da Sigma. Estamos entusiasmados por cumprir o cronograma para nossos apoiadores e parceiros", disse Ana Cabral-Gardner, CEO e Co-Presidente da Sigma Lithium
"Estamos infinitamente orgulhosos de estar produzindo nossas primeiras toneladas de Lítio Verde, e esperamos brilhar no tremendo potencial do Brasil para ser um líder na transição energética como fornecedor chave de matérias-primas que podem ser extraídas e processadas de forma sustentável para nosso meio ambiente e nossas comunidades".
Considerando que a demanda por lítio grau bateria ainda é baixa no Brasil, Cabral-Gardner disse que o projeto da Sigma é “voltado para permitir a transição energética no Hemisfério Norte”.
Ainda não foi anunciado quais serão os primeiros clientes a receberem as remessas de lítio, mas em 2021 a Sigma fechou um acordo para fornecer 60.000 toneladas de lítio para a LG Energy Solution Ltd a partir deste ano. Fora isso, espera-se que boa parte da produção seja vendida para clientes que processarão o metal na China.
Enquanto continua ampliando a escala, a Sigma Lithium visa triplicar a produção de Lítio Verde de 270.000 tpa (toneladas por ano) para 766.000 tpa, isso com base no Estudo de Viabilidade que está sendo realizado atualmente.
Embora o início de produção seja uma grande conquista para a Sigma, ele vem em um momento em que o preço do carbonato de lítio está em queda. O preço mais recente do carbonato de lítio por tonelada foi cotado em 192.500 yuans (US$ 28.011), uma queda de 67% em relação ao pico de 597500 yuans (US$ 86.945) por tonelada alcançado em setembro de 2022.
Além deste projeto, o Brasil tem outras iniciativas para avançar no campo da eletrificação e mobilidade elétrica. No mesmo estado de Minas Gerais, existe o projeto Colossus Cluster, localizado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que dará origem a uma gigafábrica para a produção de carros elétricos e baterias que tem previsão de iniciar as atividades em 2024.
Fonte: Sigma Lithium
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