A GM segue acelerando seu plano estratégico de transição energética. E ele passa fundamentalmente pelo aumento na produção de baterias para carros elétricos, o que depende do lítio, que a empresa irá suprir com o anúncio de um novo investimento em mineração na Argentina. 

Trata-se de um investimento de US$ 450 milhões na startup de mineração de lítio EnergyX, uma empresa sediada no Texas e em Porto Rico que opera na Argentina, Bolívia e Chile e oferece uma tecnologia revolucionária para reduzir o custo da produção de lítio através de métodos de extração mais eficientes.

"Estamos comprometidos em garantir minerais críticos para veículos elétricos que sejam sustentáveis e competitivos em termos de custo", disse Jeff Morrison, vice-presidente de compras e fornecimento global da GM, à Reuters.

Processos de mineração de lítio

Principal diferencial, o método próprio da EnergyX consiste na extração direta de lítio, com o objetivo de produzir o metal com custo mais baixo e menor pegada ambiental se comparado a outros métodos, como o das minas a céu aberto ou lagoas de evaporação. Isso despertou o interesse da GM, que utilizará o componente para produzir suas baterias Ultium para veículos elétricos.  

Os cientistas da GM trabalharão em conjunto com a startup para escalar esse método de extração direta, que é tido o método mais eficiente para extrair lítio de fontes de salmoura e evita o refino, considerado um gargalo na cadeia de suprimentos para a mobilidade elétrica

Os depósitos de salmoura são aqueles que possuem maior concentração de lítio, uma vez que neles o elemento dissolvido é encontrado como um íon, como nas águas subterrâneas de algumas salinas, acompanhado de potássio, magnésio e boro.

"Esse investimento da GM mudará completamente a trajetória da EnergyX", disse Teague Egan, fundador e CEO da startup.

Célula de bateria Ultium e pacote aberto para mostrar a sua disposição interna

Vale lembrar que o investimento na EnergyX não é o primeiro movimento da GM nesse campo na Argentina. Recentemente, a empresa norte-americana assinou um acorde de cooperação com a empresa de mineração Livent. 

Além disso, empresas como a Stellantis e a BMW também já firmaram parcerias semelhantes para extrair lítio no país vizinho. Tudo em nome da demanda global desenfreada por esse elemento, fundamental para as baterias de carros elétricos. 

A subsidiária local da GM explicou na época que o hidróxido de lítio "é crucial para fabricar veículos elétricos com maior desempenho e quilometragem". O material será usado nos modelos Chevrolet Blazer, Chevrolet Silverado, GMC Hummer e Cadillac Lyriq recentemente lançamentos.

O plano estratégico da GM prevê que a partir de 2035 apenas carros elétricos e de zero emissão serão produzidos. Isso forçará uma mudança dramática em sua operação global, inclusive aqui na América Latina.

Para além da montagem de veículos elétricos no México (Blazer EV e Equinox EV), a GM já considera a fabricação de VEs na Colômbia num futuro próximo. Além disso, o Brasil também está nos planos para a produção de veículos elétricos, só que mais adiante, quando o mercado interno estiver mais amadurecido em termos de eletrificação.

Fonte: El Cronista