Dado o avanço global da transição energética, os países da América do Sul começam a intensificar os esforços para se tornaram mais que meros exportadores de lítio, aproveitando seus recursos e capacidade industrial para produzir baterias e veículos elétricos.
Bolívia, Argentina e Chile, nessa ordem, possuem as maiores reservas de lítio do mundo, um metal que é fundamental para a produção de baterias. Já o Brasil, fez descobertas recentes de amplas reservas de lítio e começará a acentuar sua participação nesse mercado a partir deste ano, despontando também como um dos grandes produtores globais.
Uma reportagem recente da Bloomberg, apontou o potencial da região nesse campo e também os esforços para ir além de meros países exportadores de lítio, principalmente no caso de Brasil e Argentina, que possuem capacidade e recursos para produzir baterias e veículos elétricos para atender aos mercados domésticos e também para exportação, se tornando um hub regional de mobilidade elétrica, segundo Fernanda Ávila, secretária de mineração da Argentina.
Ela disse em uma entrevista que era hora de se preparar para o futuro e ser capaz de se adaptar, começando talvez com células, trabalhando em direção à industrialização e, eventualmente, alcançando as baterias finalizadas.
No entanto, a região ainda não engajou na transição para os produtos de maior valor agregado com base no lítio, tampouco na produção em massa de baterias para veículos elétricos. Nesse ponto, Ávila acredita que a vontade política, as mudanças tecnológicas e tensões geopolíticas podem ajudar a dar esse impulso.
Como exemplos, dá pra citar a guerra na Ucrânia e as preocupações de Europa e Estados Unidos com o domínio da China na cadeia de suprimentos para veículos elétricos. Essas situações podem forçar uma fragmentação maior dos mercados globais, promovendo a indústria local, principalmente no caso da eletrificação.
Vale lembrar que a Chery Internacional tem um projeto de investimento que contempla a produção de carros elétricos e montagem de baterias na Argentina, enquanto a GM considera fortemente a possibilidade de construir uma fábrica de veículos elétricos na Colômbia.
Enquanto isso, o Brasil pode receber nos próximos dias o anúncio oficial da instalação de uma fábrica de carros elétricos e veículos elétricos pesados e baterias na Bahia. Além disso, a GWM inicia operações no país e se prepara para produzir modelos eletrificados por aqui. E isso é só o começo.