A Colômbia pode ser o primeiro país da América do Sul a ter uma fábrica de carros elétricos da GM, deixando para trás mercados automotivos tradicionais da região, como Brasil e Argentina.
Após vários investimentos bilionários nos principais mercados globais para veículos elétricos como Europa, China, Estados Unidos, além de países como Coreia do Sul e Índia, possibilidades finalmente começam a ser vislumbradas aqui na América do Sul.
Segundo a matéria publicada pelo site El Carro Colombiano, em um evento recente realizado em Bogotá, capital da Colômbia, diferentes especialistas e empresários visitaram a cidade, incluindo o presidente da General Motors International, Shilpan Amin, que estava acompanhado de Santiago Chamorro, presidente da General Motors América do Sul.
Durante uma visita à linha de montagem do Chevrolet Joy, que será inaugurada em breve, Shilpan Amin perguntou aos executivos como eles viam o atual governo colombiano. E eles responderam que viam uma administração comprometida com a transição energética.
E em seguido emendou: "tão comprometido a ponto de fazer da Colômbia o primeiro país da América Latina onde montaremos nossos veículos elétricos?" O que foi respondido com um contundente: "Sim, senhor".
A reportagem também afirma que de acordo com a General Motors Colômbia, já aconteceram conversas sobre o tema com o governo local. A ideia seria transformar o país atrativo para receber um alto fluxo de investimentos para a produção e exportação de veículos elétricos.
Por fim, foi relatado que a GM afirmou o seguinte:
"estamos sempre vendo oportunidades para novos projetos e a viabilidade de montagem de veículos elétricos. No momento, estamos trabalhando com o governo para isso."
Considerando essas afirmações, fica claro que a montadora norte-americana tem intenções reais de se estabelecer como uma produtora de veículos elétricos no país vizinho.
Da parte do governo federal, já existe uma política oficial para redução de emissões e incentivo aos veículos elétricos. Chamado de 'Crecimiento Verde del Departamento Nacional de Planeación de Colombia', tem como objetivo reduzir o consumo energético em 22%, as emissões de CO2 em 20% e ter 600.000 veículos elétricos circulando nas ruas do país até 2030.
E apenas para colocar essa meta em perspectiva, em 2022 foram emplacados 262.000 automóveis e comerciais leves no país sul-americano. Então o número proposto é bem relevante.
Mas e o Brasil?
Recentemente, Santiago Chamorro também falou sobre o Brasil e garantiu que a GM irá produzir carros elétricos por aqui, embora reconheça que ainda levará um tempo até que isso ocorra.
O executivo destaca que o país é uma fonte rica de metais utilizados na produção de baterias, além de possuir capacidade industrial, tecnológica e mão-de-obra qualificada para fazer a transição, uma visão que é compartilhada por outros executivos de alto escalão da montadora.
No entanto, a leitura da GM é que a falta de um plano de transição energética no país, com incentivos, metas e prazos, dificulta o investimento por falta de previsibilidade, podendo atrasar o desenvolvimento tecnológico da nossa indústria.
Mundo em transição
Normalmente, falamos sobre as metas de carros elétricos na Europa, China e Estados Unidos, mercados onde a eletrificação avança mais rápido graças a incentivos e um planejamento estratégico.
No entanto, a transição energética planejada não se resume às grandes economias globais, e muitos mercados menores também se movimentam na direção da mobilidade elétrica, onde podemos citar os vizinhos Uruguai, Argentina, Chile e Colômbia, apenas para dar alguns exemplos. O Brasil não pode ficar de fora.
Fonte: El Carro Colombiano