Nesta quinta-feira (10) foi anunciado de forma oficial o projeto P&D Ethanol to H2, que criará uma planta piloto para abrigar a primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo, localizada na Cidade Universitária, em São Paulo (SP).

A estação de hidrogênio é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Poli, em parceria com a Shell Brasil, a Raízen, Hytron, Senai Cetiqt e Toyota. O projeto não tem objetivos comerciais e reúne investimentos que ultrapassam R$ 182 milhões.

Toyota - Estação de hidrogenio a etanol (8)

Com previsão de início de operação no segundo semestre de 2024, a planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve. 

Trata-se de uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus. Os veículos deixarão de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a usar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell).

estacao hidrogenio etanol usp toyota shell

Neste projeto, o hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da Cidade Universitária, e também um veículo Toyota Mirai, cedido pela Toyota para testar a performance do hidrogênio em carros de passeio.

Galeria: Estação de hidrogênio a etanol

O equipamento consiste em reformador a vapor capaz de converter o etanol em hidrogênio por meio de um processo químico denominado “reforma a vapor”, que é quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com água dentro de um reator.

Em linhas gerais, a ideia com o projeto piloto é avaliar o funcionamento da estação de hidrogênio com a validação dos cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogênio.

Segundo as empresas e entidades envolvidas no projeto, caso o reformador se torne viável técnica e economicamente, pode ser aplicado em escala, se aproveitando da rede atual de postos de combustíveis para distribuir hidrogênio.

O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa tem como missão apoiar o Brasil na redução da emissão de gases de efeito estufa e no cumprimento das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) sobre mudanças climáticas, levando em conta as peculiaridades e a liderança do Brasil em Bioenergia, Agricultura e Meio Ambiente.