A BYD não só quer se estabelecer como a principal montadora do mundo no segmento de carros elétricos (ela é a única capaz de desafiar a Tesla no momento), mas agora também está se propondo como líder de uma aliança de fabricantes nacionais para organizar uma espécie de coalizão e conquistar o mercado global.

A atitude é bastante agressiva. A BYD está convidando outros fabricantes chineses a unir forças para "demolir velhas lendas" e estabelecer seu país como uma potência automotiva global.

Galeria: BYD ATTO 3

O momento é oportuno

"Acredito que este é o momento para as marcas chinesas se estabelecerem no mundo", disse o presidente e fundador da BYD, Wang Chuanfu. Ele acrescentou: "Há 1,4 bilhão de pessoas que precisam emocionalmente ver uma marca de seu país se tornar líder em escala global."

Ao fazer seu apelo, Chuangfu mostrou uma imagem com 12 logotipos de outros tantos fabricantes de automóveis, que comentaram a solicitação de forma desigual. Alguns, de fato, aprovaram a iniciativa, enquanto outros a viram com desconfiança.

NIO ET5 seda eletrico - 3/4

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Para os primeiros, a ideia da BYD pode servir para acabar com a batalha de preços que está agitando o mercado doméstico e ajudar a unir os fabricantes chineses na busca de um objetivo comum. Para os últimos, por outro lado, a ideia da BYD pode ser vista como uma ameaça e pode levar a Europa e os EUA a tomar contramedidas de exportação mais rígidas.

Opiniões divergentes

Entre os que reagiram com entusiasmo estavam William Li, diretor executivo da NIO, que disse no Weibo: "Todos nós deveríamos aprender com o sucesso da BYD", e Li Xiang, diretor executivo da Li Auto, que repostou o vídeo da BYD com comentários jubilosos.

Haval Xiaolong Max

GWM Haval Xialong

Wang Yuanly, diretor executivo da GWM (Great Wall Motor), por outro lado, disse que os fabricantes chineses precisam aprender a lidar com a concorrência e acrescentou: "Se tivermos que ficar juntos e guardar rancor em nossos corações, é melhor lutarmos primeiro".

A GWM e a BYD estão em conflito: em maio, a primeira apresentou um relatório afirmando que dois modelos híbridos plug-in produzidos pela segunda não atendiam aos padrões de emissões e isso está tendo repercussões na China, inclusive legais.