Renault defende imposto e fala em eletrificação mais demorada no Brasil

A Renault apoia o imposto de importação para carros elétricos e híbridos para as empresas que não produzem veículos no Brasil. Ricardo Gondo, presidente da montadora francesa, defendeu o retorno do imposto para equilibrar o mercado e incentivar a produção nacional, em linha com o que defende a Anfavea. 

Durante o lançamento do Renault Megane E-Tech realizado em São Paulo (SP) na semana passada, no qual o InsideEVs Brasil esteve presente, Gondo foi questionado sobre a transição energética na indústria automotiva e foi bem claro em defender o retorno da cobrança do imposto para não desequilibrar o mercado e para que haja igualdade de condições de competição com as montadoras que já investiram bilhões e produzem veículos no país.

Ele defendeu regras, previsibilidade e políticas públicas para orientar a transição energética. Nesse contexto, citou o imposto de importação, junto com um período de transição para as que as montadoras que investem no país possam ter uma cota de isenção. Isso permitiria trazer modelos que não são produzidos localmente para avaliar a receptividade do consumidor, e, posteriormente, fabricá-los aqui. 

"Nós precisamos de políticas públicas para criar um mercado de veículos elétricos no Brasil"

Agora, a expectativa recai sobre o Mobilidade Verde e Inovação, que está em fase final de elaboração, devendo ser apresentado nos próximos dias. O programa irá substituir o Rota 2030 e focará os incentivos na pesquisa e desenvolvimento de veículos mais eficientes e tecnológicos em nosso mercado. 

O executivo vê com entusiasmo o segmento de carros elétricos no Brasil, mas pondera que a transição será mais lenta por aqui. Ele citou que a Europa já possui veículos elétricos há mais de 10 anos e se prepara para encerrar as vendas de carros com motores a combustão somente em 2035, por exemplo. Por aqui a rota de transição será mais longa e apoiada em diferentes tecnologias de propulsão, conclui. 

"Nós, na Renault, acreditamos que até 2040, metade das vendas de carro no mundo ainda irá utilizar motor térmico, já considerando a adoção de veículos híbridos"

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Nesse cenário, Gondo afirma que a Renault continuará a investir nos carros elétricos para o nosso mercado, de olho principalmente nos clientes corporativos e aqueles mais focados em tecnologia, os "early adopters", ao mesmo tempo em que oferecerá modelos com propulsão híbrida flex (que afirma estar em desenvolvimento).

De São Paulo (SP) - Fotos: Autor 

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