Um novo relatório do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), revelou que os carros elétricos a bateria (BEVs) têm um impacto significativamente menor nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com os veículos a combustão com motores flex.
O estudo leva em consideração a média de participação de mercado entre gasolina e etanol. Embora os veículos flexíveis ainda dominem mais de 90% das vendas no Brasil, o consumo de etanol representa apenas cerca de um terço da energia total consumida por esses veículos.
Na comparação, os veículos a combustão quando abastecidos exclusivamente com etanol, tiveram emissões 32% inferiores em comparação com os carros que usam a média etanol-gasolina (1/3 etanol). No entanto, a pesquisa indica que os carros elétricos a bateria podem ir além disso, com uma redução de 64% a 67% nas emissões de gases de efeito estufa em todo o ciclo de vida.
Não cumprem as metas climáticas
Mais relevante ainda, o estudo deixa claro que as pequenas reduções nas emissões em relação aos veículos flex atuais não são suficientes para cumprir as metas climáticas do Brasil. Para alinhar o setor de transporte com as metas de emissões líquidas zero até 2050, os pesquisadores defendem uma transição mais forte para veículos totalmente elétricos.
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Os veículos híbridos (HEV), mais difundidos entre os brasileiros também tiveram o impacto de emissões avaliado pelo estudo. Quando abastecidos com etanol, as reduções de emissões dos HEVs chegam, no máximo, a 15%, em comparação com os veículos flex não-híbridos.
O estudo destaca a importância do etanol brasileiro em termos de impacto positivos nas emissões em comparação com a gasolina. Porém, mesmo assumindo hipoteticamente que os HEVs funcionassem 100% com etanol, as emissões ao longo do ciclo de vida ainda seriam 85% mais altas do que as dos BEVs que utilizam energia da rede elétrica.
Um dado que já mencionamos outras vezes, a pesquisa também destaca a matriz energética brasileira, onde mais de 80% da geração de energia elétrica é proveniente de fontes limpas, outro fator de vantagem para os carros elétricos. Até mesmo os veículos de célula de combustível a hidrogênio (FCVE) ficam atrás em termos de eficiência de carbono, a menos que o hidrogênio seja produzido a partir de fontes renováveis, sem contar o custo associado à produção e compressão do hidrogênio.
Fonte: EPBR