A Toyota levou algumas novidades interessantes para o Japan Mobility Show. E entre elas está o conceito Lexus LF-ZC Concept, previsto para chegar ao mercado em 2026 com a missão de estrear uma nova plataforma para veículos elétricos que a montadora japonesa está desenvolvendo. 

Além de trazer inovações tecnológicas, como a tecnologia steer-by-wire da empresa, o que realmente chama a atenção é a promessa de autonomia de 1.000 km com uma carga. Mais importante, o futuro Toyota/Lexus elétrico não precisa de uma bateria gigante para chegar a esse resultado. Em sua versão final, o sedã terá um pacote de 80 kWh, o que adianta bons números de eficiência energética, o que sugere novas composições químicas. 

Galeria: Lexus LF-ZC Concept

A maior montadora do mundo levou para Tóquio vários conceitos de tecnologia, incluindo uma "transmissão manual" simulada para carros elétricos, um assistente avançado de IA no carro e seus planos de bateria de veículos elétricos para os próximos anos.

Falando das baterias, os executivos e engenheiros foram cautelosos em liberar detalhes, ao mesmo tempo em que foram inflexíveis de que a Toyota não planeja seguir o caminho de usar baterias enormes com mais de uma centena de quilowatts para ampliar a autonomia de seus carros elétricos, e sim aumentar a densidade energética. 

Como exemplo, o Lexus LF-ZC tem um alcance de 1.000 quilômetros, mas pelo ciclo de medição chinês (próximo de 800 km pelo WLTP), mais otimista que os padrões ocidentais, mas ainda assim muito relevante. 

"O debate sobre se 1.000 quilômetros é certo, ou apropriado ou não, não é realmente o que estamos procurando", disse o presidente da Lexus International, Takashi Watanabe, em uma mesa redonda com a imprensa.

"Mas se tivéssemos 1.000 quilômetros, o que seria possível? É uma declaração da nossa tecnologia de desenvolvimento estabelecendo esse padrão... Dentro do processo de desenvolvimento, precisamos estabelecer um tipo de meta, um tipo de meta, senão todo o resto não se encaixa."

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O executivo disse que a ideia se baseia em uma bateria de 80 kWh, que não é um pacote exatamente pequeno, pode ser considerado médio ou grande, mas ainda assim bem menor que o pack usado em um GMC Hummer EV, por exemplo, com exagerados 200 kWh de capacidade. 

"Se dissermos que podemos tirar 1.000 quilômetros desse carro, mas vamos colocar mais baterias nele e ele será mais pesado e caro, não há nenhum desafio técnico envolvido nisso", disse Watanabe.

Carros elétricos com ampla autonomia à parte, uma discussão mais importante é se os motoristas precisam mesmo de tanto alcance em um carro elétrico, demandando baterias tão grandes. Pesquisas nos Estados Unidos e no Brasil mostram que a maioria esmagadora das pessoas não precisa rodar mais de 50 km por dia. Então há preocupações com a quantidade de matérias-primas necessárias, recursos ambientais e sustentabilidade. 

Nesse sentido, a Toyota falou sobre sua estratégia de desenvolvimento de baterias e usou como exemplo sua linha de baterias de íons de lítio de 64 quilowatts-hora fabricadas pela Panasonic, que permitem até 615 km de autonomia pelo padrão CLTC. A Toyota disse que essas baterias podem carregar rapidamente de 10% a 80% em cerca de 30 minutos.

Mas o futuro reserva soluções bem melhores. As baterias prismáticas de íons de lítio de "desempenho" de próxima geração darão o dobro do alcance que o bZ4x tem, uma redução de custo geral de 20% e apenas 20 minutos para carregar de 10% a 80%. A Toyota disse que essas baterias de "desempenho" serão lançadas em 2026 e vêm em dois tamanhos de pacote, um para SUVs e outro para carros menores e esportivos.

Fonte: InsideEVs