Enquanto o mercado de carros elétricos no Brasil acelera, cada vez mais consumidores se mostram propensos a comprar um modelo zero emissão, destacando vantagens como menor custo de rodagem e manutenção, além dos benefícios ambientais. Isso é o que mostra a pesquisa realizada pela Bain & Company, destacando que um quarto dos proprietários de carros no país consideraria migrar para um veículo elétrico.
A pesquisa selecionou os participantes com base no censo do país em gênero, idade, estados e classificação socioeconômica do IBGE, ou seja, o mix em cada variável reflete o da população brasileira acima de 18 anos. Ao todo, 15.000 participantes responderam a pesquisa, que filtra alguns critérios de elegibilidade como, por exemplo, possuir um carro e usá-lo com frequência.
Os dados, que foram comparados com respostas de consumidores de Brasil, Canadá, México, Estados Unidos e China, mostram que essa tendência é maior entre os donos de carros mais novos e de luxo. Entre os países participantes, o Brasil apresenta a maior taxa de consideração por veículos elétricos – entre aqueles que pensam em mudar de veículo (42%), 61% consideram adquirir um elétrico, o que representa cerca de 25% dos entrevistados.
Além disso, o levantamento mostra que os proprietários que já possuem carros mais "limpos" têm maior probabilidade de considerar a mudança para um veículo elétrico. Embora esse não seja um dos cinco principais atributos levados em consideração na escolha de um automóvel, para aqueles que dão grande importância à sustentabilidade, a probabilidade de considerar um veículo elétrico aumenta de forma significativa.
De acordo com o estudo, os principais motivos que impulsionam a transição para os carros elétricos são o custo do combustível e o impacto ambiental, mencionados por 46% e 44% respondentes, respectivamente. O interesse em experimentar novas tecnologias também surge como um fator relevante no Brasil, indicado como motivo por 27% dos clientes.
Em contrapartida, há uma parcela que ainda hesita em aderir aos veículos elétricos. O preço de compra se destaca como o principal obstáculo, com 43% dos respondentes apontando esse fator como a razão pela qual não consideram a troca. A indisponibilidade da rede de recarga/carregamento e a falta de clareza sobre a tecnologia são o 2º e 3º motivos mais citados, indicados com uma frequência um pouco menor, com 33% e 28% das menções.
É importante ressaltar que o preço desempenha um papel crucial nessa equação mesmo dentre aqueles que considerariam a troca para um veículo elétrico. A maioria esmagadora (84%) daqueles que têm esse perfil alega que só pagaria um valor até 20% maior por um elétrico do que o preço de um veículo a combustão da mesma categoria e com as mesmas características, especificações e atributos.
Pontos-chave como a ampliação da infraestrutura de carregamento, aumento da conscientização sobre a sustentabilidade dos veículos elétricos e lançamento de novas marcas e modelos devem continuar impulsionando o crescimento do segmento. O preço, considerado crucial, tende a continuar em queda, atingindo patamares inferiores e alcançando uma parcela cada vez maior dos compradores de automóveis.
Fonte: Bain & Company
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