Conforme previsto, a controversa cobrança do imposto de importação para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in no Brasil será retomada a partir de 2024 em novos critérios estabelecidos e anunciados de forma oficial nesta sexta-feira (10).
Divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a deliberação foi tomada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) com a justificativa de "desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neo-industrialização do país, cujas bases são a inovação, a sustentabilidade e o fortalecimento do mercado interno, com geração de emprego e renda."
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, alega que o Brasil é um dos principais mercados automotivos e precisa de estímulos para investimentos em produção e manutenção de empregos mais qualificados. O ministro fala ainda na transição da indústria automobilística mundial para a eletrificação como uma "realidade incontornável", considerando que o país tem que avançar e ampliar a eficiência energética de sua frota.
De acordo com a resolução, haverá uma retomada gradual das alíquotas do imposto de importação, entre janeiro de 2024 e julho de 2026. Para esse período, foi estipulado uma tabela progressiva de tributação, que varia conforme os níveis de eletrificação (híbrido, híbrido plug-in e elétrico a bateria), com os processos de produção de cada modelo, além da produção nacional.
Tabela progressiva do imposto de importação:
Propulsão: | Híbrido (HEV) | Híbrido Plug-in (PHEV) | Elétrico a bateria (BEV) |
Janeiro/2024 | 12% | 12% | 10% |
Julho/2024 | 25% | 20% | 18% |
Julho/2025 | 30% | 28% | 25% |
Julho/2026 | 35% | 35% | 35% |
A resolução menciona ainda uma quarta categoria, a de “automóveis elétricos para transporte de carga”, ou caminhões elétricos, que começarão com taxação de 20% em janeiro e chegarão aos 35% já em julho de 2024, considerando que existe uma produção nacional suficiente.
No período de retomada progressiva das alíquotas, que vai até julho 2026, as empresas automotivas têm uma cota para continuar importando com isenção de imposto, também estabelecidas por tipo de propulsão - em dezembro será publicada portaria que disciplinará a distribuição de cotas por importadores.
Propulsão: | Híbrido (HEV) | Híbrido Plug-in (PHEV) | Elétrico a bateria (BEV) | Caminhões elétricos |
Julho/2024 | US$ 130 milhões | US$ 226 milhões | US$ 283 milhões | US$ 20 milhões |
Julho/2025 | US$ 97 milhões | US$ 169 milhões | US$ 226 milhões | US$ 13 milhões |
Julho/2026 | US$ 43 milhões | US$ 75 milhões | US$ 141 milhões | US$ 6 milhões |
Controversa, a volta do imposto de importação gerou amplas discussões, sobretudo entre as montadoras afiliadas à ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) e Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), o que provocou um racha entre as que apoiavam a volta do imposto e as que entendiam que não seria o momento adequado para retomar a cobrança.
Entendemos que o fim da isenção ainda é prematuro, pois o mercado de carros elétricos e híbridos, embora esteja crescendo rápido, representa uma parcela muito pequena das vendas. Seria mais prudente esperar um pouco mais.
Fonte: MDIC
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