Após o recorde de vendas de eletrificados no fechamento de 2023, a previsão é de que este ano tenha números ainda mais robustos de emplacamentos de carros elétricos e híbridos no Brasil. A ABVE, entidade que representa o setor, prevê que o mercado passará de 150.000 unidades.
O presidente da entidade, Ricardo Bastos, projeta um aumento de 60% nos emplacamentos deste ano sobre os já excelentes números de 2023 – que chegaram a 93.927 unidades, batendo todos os recordes da série histórica da ABVE e superando as previsões mais otimistas.
“O veículo elétrico já caiu no gosto do consumidor brasileiro, e essa tendência se confirma ano após ano”, disse Bastos nesta sexta-feira, dia 5. “Continuaremos a crescer em 2024”, reforça. Em sua avaliação, o mercado de eletrificados seguirá num ritmo intenso mesmo com o aumento do Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos anunciado pelo governo federal a partir de janeiro.
A conclusão da entidade é de que o crescimento nas vendas de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in irá se manter forte neste ano, mesmo após a retomada da cobrança do imposto de importação para eletrificados, que terão uma cobrança gradual até atingir a alíquota de 35%.
“Acredito em 2024 que o mercado seguirá a mesma evolução do final ano passado, optando por tecnologias de zero ou baixa emissão, com um mix em torno de dois terços de veículos plug-in (PHEV e BEV) e um terço de híbridos convencionais (HEV)”, conta Ricardo Bastos.
Um movimento tão importante quanto o forte crescimento dos eletrificados é a mudança de participação dos híbridos (HEV) para os híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV). Segundo os dados da ABVE, os veículos plug-in (que têm recarga externa das baterias) representaram 56% das vendas de eletrificados leves em 2023, com 52.359 unidades, superando os HEV a gasolina e HEV flex (41.568), que até 2022 dominavam o mercado.
Em dezembro, os plug-in foram ainda mais longe e atingiram nada menos do que 70% das vendas totais de eletrificados (11.371, de um total de 16.279).
Nesse cenário, a ABVE entende que o novo regime automotivo na forma do Programa Mover-Mobilidade Verde e Inovação, anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no final de dezembro, contribuirá para dar um sólido horizonte de crescimento ao mercado e aos investidores.
“Minha avaliação é que teremos boas surpresas a partir deste ano, com mais empresas anunciando planos firmes de produção de veículos elétricos no Brasil, atraídas pelos incentivos à eletromobilidade previstos no Mover” - disse. “Por isso, sigo otimista”, acrescentou. “A eletromobilidade já é um fenômeno irreversível também no Brasil”, enfatiza.
“A eletromobilidade terá um efeito muito positivo para toda a indústria brasileira, gerando empregos, alocando novos investimentos e trazendo tecnologia inovadora para o país”, concluiu o presidente da ABVE.
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