Brasil: vendas de eletrificados devem superar modelos a combustão em 2030
Domínio de híbridos leves flex e 10% de participação de elétricos no final da década
A transição da indústria automotiva para veículos mais limpos está no centro do debate, seja pelos aspectos ambientais ou de mercado. E com o anúncio recente de novos investimentos da principais montadoras no Brasil, a Bright Consulting apresentou à imprensa um estudo que engloba as previsões e perspectivas para o setor.
Diferentemente dos principais mercados globais, onde a participação dos carros elétricos (BEV) nas vendas totais deve ficar na faixa de 45% em 2030, em média, no Brasil os modelos movidos a bateria devem ocupar um espaço menor e ficar na faixa de 10% - um avanço sobre os atuais cerca de 2%, mas ainda distante da realidade mundial.
Galeria: Stellantis - Bio Hybrid
Por outro lado, os híbridos leves (MHEV) combinados com sistemas flex ou etanol devem avançar rápido em participação, chegando a 32% em 2030, se tornando os dominantes entre os eletrificados.
Evolução dos sistemas de propulsão:
Propulsão | Participação 2024 | Participação 2030 |
Combustão | 92,3% | 41,7% |
Híbrido leve (MHEV) | 1,1% | 32,5% |
Híbrido (HEV) | 2,3% | 10,4% |
Híbrido Plug-in (PHEV) | 2,4% | 5,6% |
Elétrico (BEV) | 2,0% | 9,8% |
Fonte: Bright Consulting
Olhando para os números da tabela, vemos a prevalência dos eletrificados sobre os modelos a combustão quando incluímos na conta os híbridos leves. Em menor grau, mas ainda relevante, os híbridos (HEV) crescem para 10% do mercado, enquanto os PHEV têm progressão mais lenta e os BEVs aumentam sua participação no mesmo ritmo dos HEV, chegando a quase 10% de market share.
Descontando os híbridos leves (MHEV), tecnologia que representa um nível mais baixo de eletrificação, o grupo dos HEV, PHEV e BEV teriam cerca de 25% do mercado, de acordo com a estimativa de cenário da Bright, um número ainda inferior à média mundial, que nos principais mercados em 2024 já se encontra acima desse patamar.
Esse forte avanço dos híbridos leves se deve em parte aos incentivos do programa MOVER, que estimula a eletrificação da frota, mas ainda mais o uso de biocombustíveis como o etanol. Além disso, seu menor custo de produção e manutenção atrai o interesse das montadoras para avançar mais rápido com suas metas de eletrificação.
Galeria: BYD Dolphin vs. GWM Ora 03 Skin
Cenário em 2030
Considerando a estimativa de crescimento do mercado brasileiro dos atuais 2,4 milhões em 2024 para 3,28 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos em 2030, estaríamos falando em mais de 300.000 elétricos (BEV) e mais de 1 milhão de híbridos leves (MHEV) por ano.
No entanto, quando consideramos o tamanho da frota circulante no Brasil, os eletrificados de todos os tipos não atingiriam a 10% em circulação no final da década, o que mostra o tamanho do desafio de eletrificação/atualização da frota.
Fonte: Bright Consulting
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