A BYD assumiu a liderança nas vendas de carros elétricos e híbridos plug-in no Brasil, ajudando a ampliar o mercado de mobilidade elétrica e de veículos de energia limpa no país, mas isso também traz uma responsabilidade que é apoiar o crescimento da infraestrutura de carregamento.
E para avançar nesse campo a BYD realizou nesta sexta-feira (22) em São Paulo (SP) a apresentação de todo o seu ecossistema de recarga, destacando também algumas parcerias com empresas do setor de energia como a Raízen Power e o programa Shell Recharge, além dos projetos de expansão da infraestrutura para carregamento.
Durante a apresentação para a imprensa e convidados, a BYD fez uma demonstração ao vivo do seu novo carregador ultrarrápido de 180 kW com uma unidade do BYD Tan 2024 reestilizado. Equipado com uma bateria de 108 kWh, o SUV elétrico precisou de apenas 31 minutos para recuperar o estado de carga de 30% para 80%.
No evento, a BYD deu ênfase à sua linha de carregadores, que fazem parte de um ecossistema de carregamento de energia limpa e zero carbono. A companhia apresentou carregadores rápidos e ultrarrápidos que serão comercializados em duas linhas de mercado: residenciais e públicos. São carregadores AC (7 kW e 22 kW) e modelos DC (60 kW, 120 kW e 180 kW). No topo da gama, o destaque é o carregador Grid Zero, de 210 kW, modelo que utiliza a tecnologia das baterias criadas pela própria empresa.
BYD - carregador rápido (5)
Falando em eficiência, o Grid Zero leva vantagem por ter um consumo mais equilibrado de energia, aliviando a rede, diferentemente dos outros carregadores rápidos, que absorvem energia de forma mais acentuada. Apesar de conseguir uma velocidade de recarga de 210 kW, ele consome apenas 60 kW da rede elétrica. Quando está fora de uso, o carregador Grid Zero armazena a energia na bateria. Assim, ao carregar um veículo, é usada parte da energia da rede e parte da bateria de armazenamento, incomum em equipamentos com essa faixa de potência.
“No Brasil, o maior desafio para o recarregamento rápido é a infraestrutura de rede. Esses produtos chegam para facilitar e ajudar a solucionar esse tipo de problema. Assim, mesmo em locais mais distantes, é possível a instalação de um recarregador ultrarrápido ligado a uma bateria de armazenamento”, explica Rodrigo Garcia, gerente sênior de P&D da BYD Energy.
Em termos práticos, com um carregador rápido de 60 kW, por exemplo, é possível recarregar a bateria de um BYD Dolphin de 30% até 80% em apenas 30 minutos. Já com o carregador rápido de 150 kW, a bateria de um BYD Seal vai de 30% até 80% em apenas 25 minutos.
Durante o evento no Parque Villa Lobos, a BYD anunciou, em parceria com a Tupinambá, empresa de soluções para carregamento, o aplicativo BYD Recharge. Ao baixar o app, o motorista terá acesso a mais de 500 pontos de recarga localizados em todo o território nacional e poderá fazer o pagamento através da plataforma.
A ampliação da rede de carregamento é fundamental, mas não pode ser deixado de lado a captação de energia, onde os painéis solares têm papel muito importante. A BYD Energy anuncia que já atingiu a marca de 2,3 milhões de módulos fotovoltaicos produzidos no Brasil. Ainda nesse segmento, a companhia passou a oferecer o EPC (Engineering, Procurement and Construction), ou seja, o desenvolvimento do projeto de grandes usinas solares do início ao fim.
A combinação de módulos fotovoltaicos e EPC tem como objetivo ampliar a capacidade de geração de energia limpa e trazer soluções de tecnologia para os clientes, ampliando as possibilidades de carregamentos para veículos elétricos. Nesse campo, a BYD destaca a parceria com a Raízen Gera Desenvolvedora, joint venture entre a Raízen e o Grupo Gera, dedicada a projetos de geração distribuída.
Replicando uma parceria global aqui no Brasil, a BYD e a Shell Recharge têm como meta a criação de 600 novos pontos de carregamento DC instalados, somando mais 18 MW de potência instalada para recarregar veículos elétricos em âmbito nacional. Recentemente, a Shell Recharge ampliou sua atuação ao adquirir os pontos de recarga da startup Tupinambá, que focará no desenvolvimento de software e experiência do usuário.
Nesta semana, a Shell fez um anúncio surpreendente ao anunciar o desinvestimento de aproximadamente 1.000 postos de gasolina de propriedade da Shell e de joint ventures anualmente em 2024 e 2025, reduzindo sua presença de varejo em 2,1% em relação ao seu total atual de 47.000 locais em todo o mundo, mostrando uma inclinação maior para os investimentos em mobilidade elétrica.
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