A China iniciou um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos, questionando subsídios para veículos elétricos (EVs) previstos na Lei de Redução da Inflação americana.

A potência asiática alega que essas políticas discriminam empresas chinesas (e de outros países-membros da OMC), pois exigem que os consumidores comprem veículos elétricos produzidos nos EUA ou em regiões específicas para terem acesso aos incentivos fiscais.

Conforme relata a Reuters, a representação chinesa na OMC indica que os subsídios americanos "na verdade, dependem da compra e do uso de produtos dos Estados Unidos". A China afirma que está tomando essa iniciativa para "salvaguardar os interesses legítimos da indústria chinesa de veículos elétricos e manter um campo de jogo justo para a competição no mercado global".

BYD Seal (Europa)

Os Estados Unidos, por outro lado, afirmam que a Lei de Redução da Inflação contribui para um "futuro de energia limpa que buscamos coletivamente com nossos aliados e parceiros". A representante comercial americana, Katherine Tai, ainda acusou a China de usar "políticas desleais e anti-mercado" para beneficiar seus fabricantes.

A OMC confirmou o pedido chinês de consulta sobre o assunto. Caso o órgão decida a favor da China, os EUA poderiam recorrer da decisão, mas o processo final poderia ficar em um limbo jurídico devido à falta de um tribunal de apelação funcional na OMC (suspenso desde 2019 por iniciativa dos próprios americanos).

Galeria: BYD Seal U - Europa

Esse desentendimento comercial entre as duas maiores economias do mundo demonstra a crescente importância estratégica do segmento de veículos elétricos e a tensão existente em relação às políticas industriais adotadas por cada país.

Em outra frente, autoridades estadunidenses se organizam contra a possibilidade de montadoras chinesas como a BYD, por exemplo, se instalarem no México e começarem a exportar carros elétricos para os EUA. A possibilidade é encarada como uma ameaça à indústria automotiva do país e será fortemente combatida. A conferir.  

Fonte: Reuters