A Tesla, maior principal fabricante global de veículos elétricos, está passando por uma reestruturação significativa enquanto enfrenta queda nas vendas e um mercado de carros elétricos cada vez mais competitivo. De acordo com um memorando interno obtido pela Reuters, a empresa planeja demitir mais de 10% de sua força de trabalho global.
Essa decisão ocorre em meio a um cenário de desaceleração da demanda pelos veículos da Tesla e uma guerra de preços cada vez mais intensa na indústria de EVs. A notícia segue relatos de que a Tesla não atingiu suas metas de entrega no primeiro trimestre pela primeira vez em quase quatro anos.
E essa queda nas vendas coincide com o aumento das taxas de juros, que impactaram os gastos dos consumidores com compras de alto valor, como carros. Além disso, montadoras tradicionais estão entrando rapidamente no mercado de EVs, oferecendo modelos competitivos a preços mais baixos. Essa mudança no cenário do mercado apresenta um desafio significativo para a Tesla, que tradicionalmente desfrutava de uma vantagem de primeiro movimento no segmento de carros elétricos premium.
Embora o número exato de demissões ainda não esteja claro, com base na contagem de funcionários da Tesla em dezembro de 2023 de 140.473 pessoas, os cortes podem potencialmente afetar mais de 14.000 empregos globalmente. Relatos sugerem que alguns funcionários na Califórnia e no Texas já foram notificados.
“Como parte deste esforço, fizemos uma revisão completa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir o nosso número de funcionários em mais de 10% globalmente”
O CEO Elon Musk, no memorando interno, citou a necessidade de redução de custos e aumento da produtividade para preparar a Tesla para sua "próxima fase de crescimento". Essa reestruturação visa otimizar as operações e potencialmente liberar recursos para futuros empreendimentos. No entanto, a medida gerou reações diversas de analistas.
Alguns especialistas, como Craig Irwin da Roth Capital, acreditam que as demissões sinalizam uma Tesla em maturação que não pode mais confiar apenas em sua trajetória de crescimento do passado. A desaceleração da demanda exige uma mudança estratégica e medidas de corte de custos.
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Por outro lado, analistas como Pedro Pacheco da Gartner veem essa medida como um potencial precursor de lançamentos de novos produtos. A Tesla pode estar estrategicamente reduzindo a força de trabalho em antecipação ao lançamento de novos modelos, uma tática comumente empregada durante recessões econômicas.
O futuro da Tesla depende de sua capacidade de se adaptar ao cenário automotivo em evolução. A empresa enfrenta pressão para manter sua vantagem tecnológica enquanto tenta atender simultaneamente às demandas dos consumidores por veículos elétricos mais acessíveis. Resta saber se as demissões atuais abrem caminho para uma Tesla mais enxuta e competitiva ou significam um desafio mais profundo para o domínio da empresa no mercado de EVs.
Fonte: Automotive News
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