Após a divulgação e repercussão da nova proposta para normas de segurança dos carregadores públicos de veículos elétricos, a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) se reuniu com o comando do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e propôs organizar uma simulação de combate a incêndio de veículo elétrico.
Programada para acontecer em maio, a simulação foi aceita pelo CB-SP. Segundo o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, o objetivo do simulado é testar os protocolos de segurança dos próprios veículos e baterias, em condições reais, e apresentar os equipamentos já disponíveis no Brasil para prevenir acidentes e combater incêndios.
“Queremos a máxima transparência”, disse Ricardo Bastos. “A ABVE busca tranquilizar os usuários e os responsáveis por condomínios residenciais sobre a segurança dos veículos elétricos e das estações de recarga”.
“Ao mesmo tempo – acrescentou –, temos a responsabilidade de colaborar com os Bombeiros na elaboração de normas eficazes e realistas de prevenção de acidentes, pois isso é importante para o desenvolvimento do próprio mercado da eletromobilidade”.
Por sua vez, o tenente-coronel Max Schroeder, chefe do Departamento de Segurança e Prevenção contra Incêndios do CB-SP, aprovou a proposta, acrescentando que convidará oficiais de departamentos de segurança de outros estados para acompanhar o teste. Entre eles, oficiais da Ligabom (Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros do Brasil) e do Conascip (Comitê de Segurança contra Incêndio e Prevenção).
Schroeder acrescentou que os Bombeiros têm o dever de adotar normas de segurança adequadas às novas tecnologias de veículos, mas deixou claro que sua equipe busca “uma regulamentação factível e condizente com a realidade, sem prejudicar o desenvolvimento desse mercado”.
O objetivo da ABVE é abrir um canal de diálogo permanente com os responsáveis pelo parecer técnico divulgado pelos Bombeiros no dia 5 de abril, no “Diário Oficial” do Estado, contendo requisitos para prevenir incêndios com veículos elétricos. Ao mesmo tempo, o comandante do CB-SP, coronel PM Nilton Cesar Zacarias Pereira, assinou a Portaria Nº CCB-001/800/2024, que abriu uma consulta pública sobre o parecer, com prazo de 30 dias para sugestões.
Além disso, a ABVE pediu formalmente ao CB-SP a prorrogação do prazo da consulta pública para 90 dias e aguarda resposta oficial, mas informou que um grupo de trabalho da Associação já está trabalhando desde o início do ano para apresentar as suas propostas.
Também participaram da reunião o capitão Ronaldo Ribeiro, coordenador da comissão especial de estudos sobre eletromobilidade do CB-SP, o diretor técnico da ABVE, Carlos Roma, e o consultor em segurança Marcelo Valle. O encontro foi na sede do Corpo de Bombeiros do Estado, na Praça Clóvis Beviláqua, centro de São Paulo.
Com a justificativa de conter danos em caso de incêndios em veículos elétricos, o Corpo de Bombeiros paulista publicou uma consulta pública a respeito de um parecer técnico exigindo mais medidas de segurança para carregadores de elétricos. O texto fala especificamente de pontos de recarga em estacionamentos públicos, prédios e subsolos.
Em linhas gerais, o laudo de segurança do Corpo de Bombeiros passaria a exigir que os pontos de recarga fossem separados entre si com 5 metros de espaço vazio, ou então paredes com resistência a fogo de cinco metros de comprimento e capacidade resistir às chamas por 90 minutos. No caso de pontos de recarga em subsolo, a exigência ainda inclui chuveiros automáticos com números específicos de vazão e pressão.
O parecer vai além e propõe que as vagas destinadas à recarga de carros elétricos "deverão possuir proteção, mínima, de 2 extintores ABC com distância máxima de caminhamento de 15 metros". Em locais e estacionamentos com pontos de recarga, seria vedada o uso de leiaute que dificulte o combate ao possível incêndio, ou seja, nada de vagas "travadas". No caso de subsolos, ainda seria exigido sistema de ventilação mecânica para dissipação de gases tóxicos.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo explica que seu Parecer Técnico "foi desenvolvido a partir do diligente trabalho da Comissão Especial". O texto também diz que "Os incêndios em veículos elétricos são de difícil extinção, necessitando grandes quantidades de água". De acordo com a própria instituição, citando "estudo globais", a melhor maneira de combater o incêndio é por meio de rápida detecção.
Em conversa com o InsideEVs Brasil logo após a divulgação da proposta, Ricardo Bastos, presidente da ABVE, mostrou preocupação com a iniciativa. O executivo destaca que a entidade preza pelo diálogo e ampla discussão das soluções para alavancar a transição para a mobilidade elétrica. No caso em questão, a propositura da norma pode ser melhor discutida.
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