A bateria de estado sólido é uma promessa antiga da indústria e que mudaria todo o jogo para os carros elétricos, permitindo recargas em 10 minutos e com autonomia 20% maior do que as baterias de íons de lítio. A China quer ser a primeira a realmente produzir esta tecnologia e, para isso, está investindo 6 bilhões de yuan (R$ 4,3 bilhões) em um projeto liderado pelo governo com seis empresas participantes.
Segundo a agência Reuters, citando uma fonte ligada ao projeto, a China está conversando com seis empresas locais, que receberão um investimento do governo para desenvolver a nova geração de baterias. As empresas escolhidas seriam as fabricantes de veículos FAW, SAIC e Geely; as produtora de bateria CATL e WeLion New Energy; e a BYD, que fabrica tanto carros quanto baterias.
A manobra do governo chinês tem a missão de colocar o país como o líder absoluto no mercado de carros elétricos. Após reduzir custos de produção e melhorar os veículos tanto em segurança quanto tecnologia, a China está começando a buscar outros mercados como Europa e América Latina e tem aproveitado a falta de competitividade das fabricantes tradicionais, oferecendo modelos mais baratos.
A bateria de estado sólido é o santo graal para os carros elétricos e todas as fabricantes sabem disso. Algumas das marcas tradicionais da indústria, como BMW, Nissan e Toyota, estão investindo no desenvolvimento da tecnologia por ser uma forma de quebrar esta onda chinesa. Recentemente, Mercedes-Benz, Stellantis e Hyundai anunciaram uma aliança para apoiar a Factorial Energy. Do outro lado, a China quer ter as novas baterias para garantir que não perderá mais o espaço que está conquistando.
Esta corrida pela tecnologia é justificada, pois ela resolve a maior parte dos problemas das baterias de íon-lítio atuais. Elas não sofrem com a degradação causada pelo calor, tendo uma vida útil muito mais longa - a Samsung fala de 20 anos. Não há perda de desempenho em climas frios ou temperaturas altas. A densidade energética é outro ponto positivo, oferecendo mais de 20% mais autonomia do que uma bateria normal. E, por fim, ainda são mais rápidas de carregar, recuperando 80% de sua carga em cerca de 10 minutos.
Até agora, a China está na frente. A IM Motors está vendendo o L6, com uma bateria de estado semi-sólido, enquanto a Nio apresentou a mesma tecnologia e está fazendo os últimos testes com o sedã ET7. O resto do mundo está correndo atrás. A Samsung promete que sua bateria de estado sólido ficará pronta em 2026, enquanto a Nissan terminou de montar sua linha piloto para produção das baterias, visando um lançamento para 2028. No ano passado, a Toyota diz ter feito uma descoberta que irá acelerar o desenvolvimento das baterias, esperando lançá-las em 2027.
Fonte: Reuters
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