Teste: BYD Tan 2024 corrige falhas e aprimora a experiência premium
Topo de linha da marca chinesa traz mais toques de Europa e justifica seu posicionamento
Primeiro veículo de passeio lançado pela BYD no Brasil, o BYD Tan foi atualizado pela marca chinesa neste ano, ganhando novidades como a reestilização visual, nova suspensão, atualizações tecnológicas e bateria maior. O SUV elétrico de 7 lugares, o topo de linha da marca por aqui, ganha reforços para ficar mais atrativo junto ao público. Será que convence?
Importante para a BYD por ser uma das vitrines de inovações no período em que ela despontava com um player internacional, o então BYD Tang foi lançado pela primeira vez em 2015. O nome que faz referência (e reverência) à dinastia Tang foi alterado para Tan em nosso mercado por questões comerciais. Desde a estreia no exterior, foram lançadas versões híbridas e elétricas, sendo esta a quarta atualização do modelo.
Melhorias visuais e em sensações
No visual, o Tan 2024 chama a atenção pelas mudanças nos para-choques dianteiro e traseiro, que ficaram com aparência mais agressiva e também ajudam a melhorar a aerodinâmica. A grade frontal fechada também é totalmente nova e mais alinhada com os elétricos mais recentes da marca. Completam a mudanças os faróis full LED e lanternas redesenhados.
Imponente, o BYD Tan tem 4,97 metros de comprimento, 1,96 m de largura e 1,75 m de altura. O SUV atualizado é 10 centímetros mais longo que a versão anterior. Agora, há novas rodas de liga leve aro 22" com pneus 265/40 R22 (o anterior usava um conjunto aro 21").
Modelo de topo, o Tan 2024 melhorou a percepção premium. Por dentro, é nítido que a BYD subiu o sarrafo: vemos novos materiais de acabamento, quadro de instrumentos reconfigurado, que agora mostra as informações do sistema de navegação, nova central multimídia com uma nova tela de 15,6" e um sistema operacional atualizado e compatível com Android Auto e Apple Car Play - aqui uma atualização importante, já que esse era um dos pontos fracos do antecessor, que tinha uma tela com resolução mais baixa e sem espelhamento direto, além de um sistema mais lento. Ponto positivo.
O SUV elétrico também recebeu o sistema de áudio Dynaudio Performance, com 775W e 12 alto-falantes. E falando em equipamentos, ele conta com 7 airbags, freios Brembo, câmera de 360°, 15 sensores entre câmeras e radares que trabalham com o sistema ADAS, incluindo alerta de tráfego cruzado na traseira, monitoramento de pontos cegos, sistema de permanência em faixa, frenagem automática de emergência, HUD (Head Up Display), alerta de tráfego cruzado dianteiro), alerta de pontos cegos e saída de faixa, entre outros.
Uma suspensão que muda muito
Na época do lançamento, a BYD havia anunciado uma considerável melhora no isolamento acústico e de vibrações na cabine. De fato, o Tan 2024 ficou melhor: não que fosse ruim nesse quesito, mas agora está no nível de modelos premium. Um dos principais argumentos do Tan, o espaço interno é generoso, sobretudo na segunda fileira de assentos, que conta com a toda a sorte de comodidades como ajuste de ar-condicionado, longitudinal do bancos e teto panorâmico.
Se a vida à bordo ficou melhor, ao volante o Tan 2024 também trouxe boas surpresas. O SUV elétrico evoluiu bastante no comportamento dinâmico, rodando mais firme e inclinando menos nas curvas, sem comprometer o conforto. Direção com melhor calibração e menos rolagem da carroceria, este último mérito da nova suspensão semiativa. Chamada DiSus-C e desenvolvida internamente pela própria BYD, oferece opção de ajuste eletrônico dos amortecedores.
Mesmo usando o modo Comfort (melhor ainda no modo Sport), a tocada ficou bem melhor, uma clara evolução sobre o antecessor, que era macio demais, mesmo para esta proposta. No entanto, a frenagem deixou um pouco a desejar, faltando modulação no pedal, sobretudo para domar um bicho com 517 cv.
Para empurrar o SUV, a BYD manteve a receita do antecessor: um trem de força com motor duplo que entrega os mesmos 517 cv de potência, mas o torque subiu de 680 Nm para 700 Nm (71,3 kgfm). Na prática, as acelerações e retomadas continuam vigorosas, condizente com o nível de potência. Em nosso teste, cumpriu a tarefa de acelerar de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, dando "match" com os dados oficiais - o modelo anterior cumpria em 4,4 segundos, isso por conta da bateria mais pesada, como veremos adiante. No entanto, a velocidade máxima passou de 180 km/h para 190 km/h.
As mudanças técnicas ajudaram a compensar parcialmente o acréscimo de peso (2.630 contra 2.489 kg) por conta da nova bateria LFP Blade, que passou de 86,4 kWh para 108,8 kWh de capacidade. Com isto, a autonomia subiu de 309 km para 430 km com uma carga pelo padrão Inmetro. Na vida real, o consumo médio ficou em 4,25 km/kWh, o que não é pouco, mas aceitável diante do peso e potência de um modelo que não nasceu como um veículo elétrico. De qualquer forma, teremos uma autonomia projetada de cerca de 450 km.
A potência de recarga em corrente alternada AC, um ponto negativo do modelo anterior, agora passa para 11 kW (era de apenas 7 kW), ficando em linha com a maioria dos veículos elétricos da categoria, ainda que o ideal para uma bateria desse porte fosse 22 kW AC. Em corrente contínua DC, a potência também subiu de 110 kW para 170 kW, se traduzindo em tempos de carregamento mais rápidos.
De modo geral, o BYD Tan cumpre bem o papel de modelo topo de linha da marca chinesa, sobretudo com as bem-vindas atualizações e correções. No entanto, aqui temos um caso curioso, já que existe uma nova geração de veículos elétricos da BYD baseados em plataforma dedicada, a exemplo do Seal. O efeito prático é que esses veículos têm melhor eficiência energética e um nível de condução mais apurado. Mas voltando ao Tan, este ainda se sobressai pelo alto nível de acabamento e ampla oferta de equipamentos de conforto, sem contar o amplo espaço interno e compromisso para 7 ocupantes, algo ainda raro entre os SUVs elétricos.
Como não há tantas opções de SUVs elétricos nessa faixa, o BYD Tan acaba mirando clientes de modelos como Mercedes-Benz GLB e Land Rover Discovery Sport, além do híbrido plug-in Volvo XC90 e o também elétrico Audi Q8 e-tron. O preço de R$ 536.800 o coloca no topo da tabela da BYD, e não é pouco, naturalmente, mas os atributos citados no parágrafo acima contam pontos a favor. Mas não custa lembrar, apenas como referência de valor, que dentro da própria casa temos o Seal, claro, com outra proposta, porém a mesma faixa de potência, dirigibilidade mais apurada e o melhor: pouco mais da metade do preço.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
BYD Tan EV (2024)
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