Brasil terá 1,4 milhão de carros elétricos em circulação em 2030
Projeção representa um avanço exponencial em relação aos 31.9 mil BEVs em circulação no final de 2023
Apesar dos desafios, o mercado automotivo brasileiro está em rota para um futuro eletrificado, com a previsão de que 1,4 milhão de veículos elétricos (BEVs) sejam vendidos até 2030, segundo o estudo E-Mobility Scenarios 2030 da Bright Consulting. Essa projeção representa um salto significativo em relação aos 31.9 mil BEVs em circulação no final de 2023.
Aumento Gradual e Foco em Híbridos Leves:
Em 2024, estima-se que algo em torno de 200 mil veículos eletrificados serão emplacados, com 72.000 sendo BEVs. Esse crescimento gradual se deve à crescente disponibilidade de modelos a preços mais acessíveis. No entanto, mesmo com o aumento dos BEVs, os veículos híbridos (HEV) e micro-híbridos (MHEV) devem dominar o cenário, com 87,5% da frota de veículos leves ainda dependendo de combustíveis fósseis em 2030.
O estudo revela que 55% dos 1,4 milhão de veículos elétricos previstos para 2030 serão de marcas chinesas, com 65% sendo importados. Embora 35% dos veículos elétricos previstos para 2030 sejam produzidos no Brasil, a fabricação de seus componentes de propulsão será majoritariamente externa. Isso se deve à falta de escala para a produção local nesse segmento específico.
A produção local dos 35% restantes, via regime CKD (Complete Knock Down), exigirá uma linha de montagem dedicada. Essa necessidade se justifica pela alta tensão das baterias de propulsão, que demandam dispositivos e processos rigorosos de controle e segurança.
Como consequência, a participação da indústria nacional na cadeia de suprimentos de carros elétricos será restrita. Mesmo para os 35% produzidos localmente, a maioria dos componentes principais (peças cativas) precisará ser importada dentro do kit CKD. A fornecimento local se limitará, em grande parte, a itens como bancos, rodas, pneus, vidros, revestimentos e pintura.
Apesar dos desafios, o cenário apresenta oportunidades para a indústria brasileira, principalmente na produção de micro-híbridos. Estes veículos, que combinam motores elétricos com motores a combustão, possuem sistemas elétricos de 12V ou 48V, permitindo fácil montagem nas mesmas linhas de produção dos modelos a combustão. Além disso, os custos menores de baterias e motores-geradores os tornam mais acessíveis, impulsionando sua viabilidade comercial.
Galeria: BYD Dolphin Mini (BR)
O estudo da Bright considera ainda que o lançamento dos primeiros micro-híbridos no final de 2024 contribuirá significativamente para os resultados esperados pelo programa MOVER, que visa aumentar a eficiência energética do setor automotivo. Essa etapa representa um passo crucial até que as baterias se tornem mais baratas e as redes de carregamento estejam mais distribuídas, permitindo a adoção em larga escala dos BEVs.
O estudo E-Mobility Scenarios 2030 da Bright Consulting oferece uma visão e as perspectivas para a eletromobilidade no Brasil, detalhando os desafios e oportunidades que o país enfrenta nessa transição para um sistema de transporte mais sustentável.
Fonte: Bright Consulting
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